O discurso educacional das décadas de 1930 a 1950 considerou a ciência como o caminho coerente de compreensão da realidade nacional e a educação, a principal arena de intervenção nas relações sociais, portanto, uma educação orientada pela ciência em suas linhas mestras, em termos de política educacional e, internamente, em termos de didática e currículo, e tendo como principal conteúdo o conhecimento produzido pela própria ciência, com vistas à democracia e ao ingresso do Brasil na modernidade capitalista. O artigo discute a relevância do ensino de sociologia no pensamento educacional brasileiro a partir da articulação entre determinadas variáveis como “democracia”, “ciência” e “modernidade”, e sugere que em textos de Florestan Fernandes, Costa Pinto e Antônio Cândido, por exemplo, há uma associação entre certa concepção de democracia, uma perspectiva que se pretende modernizante das relações sociais no Brasil e a proeminência da educação como projeto estratégico de modernização e desenvolvimento democrático justamente devido à formação de “capacidades” necessárias aos cidadãos brasileiros, em que o ensino de sociologia na educação básica ocupou lugar de destaque para o projeto, num contexto efervescente de ruptura com um passado tido por representante do nosso atraso.
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Sarandy, F. M. S. (2007). O debate acerca do ensino de Sociologia no secundário, entre as décadas de 1930 e 1950. Ciência e modernidade no pensamento educacional brasileiro. Mediações - Revista de Ciências Sociais, 12(1), 67. https://doi.org/10.5433/2176-6665.2007v12n1p67
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