A edição de um texto medieval é um processo de mediação que afasta o texto do seu modo original de representação, de acordo com a perspectiva interpretativa do editor. Neste artigo faço a distinção entre transcrição (reprodução do conjunto de caracteres presente no texto) e transliteração (substituição de um conjunto de caracteres), e argumento que (1) a transcrição de um texto medieval é tanto mais fiel ao manuscrito original quanto menos operações de transliteração envolver, e (2) as edições conservadoras para estudos linguísticos devem idealmente constituir-se através de transcrições estreitas que impliquem um mínimo de operações de transliteração. São em seguida discutidos quatro tipos de edição, de diverso grau de conservadorismo, ilustrados através de um testamento privado de 1210.
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Emiliano, A. (2002). Problemas de transliteração na edição de textos medievais. Revista Galega de Filoloxía, 3, 29–64. https://doi.org/10.17979/rgf.2002.3.0.5362
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