Resumo: Este trabalho tem por objetivo geral analisar as formas de compreensão e exercício da cidadania pelos sujeitos envolvidos com a implementação da estratégia Gestão Autônoma da Medicação (GAM) na macrorregião referente à 4ª Coordenadoria Regional de Saúde do Estado do RS. Como objetivos específicos pretende descrever as relações de saber e poder em torno dos medicamentos psiquiátricos que produzem o agrupamento de ativistas do Guia GAM, bem como pensar os modos pelos quais as anormalidades passaram a ocupar o discurso da normalidade no exercício político. Pela abordagem participante do tipo apoio, esta pesquisa reuniu gestores, profissionais, acadêmicos e usuários, em rodas de conversas para troca de experiências sobre estratégia GAM. Os encontros e o conteúdo dos guias GAM do usuário e do moderador foram analisados pela perspectiva arqueogenealógica de Michel Foucault. Discutiu-se o campo de forças estabelecido pelos pesquisadores na liberdade dos envolvidos para constituição de um sujeito crítico da saúde mental, assim como as práticas de conscientização, de fazer ouvir e falar para a formação do ativismo do usuário. Conclui-se que o exercício da cidadania na saúde mental passa pela afirmação da vulnerabilidade psiquiátrica do sujeito e da problematização da normalidade pela inserção da anormalidade neste campo discursivo.Resumen: Este trabajo tiene como objetivo analizar las formas de comprensión y practica de la ciudadanía por parte de los sujetos involucrados en la implementación de la estrategia Gestión Autónoma de la Medicación (GAM) en la macro-región de la 4ª Coordinación Regional del Departamento de Salud del Estado de Rio Grande do Sul. Como objetivos específicos pretende describir las relaciones de saber y poder en torno a los medicamentos psiquiátricos que producen la agrupación de activistas de la Guía GAM, así como pensar los modos por los cuales las anormalidades pasaron a ocupar el discurso de la normalidad en el ejercicio político. Por el abordaje participante del tipo apoyo, esta investigación reunió a gestores, profesionales, académicos y usuarios, en ruedas de conversaciones para intercambio de experiencias sobre estrategia GAM. Los encuentros y el contenido de las guías GAM del usuario y del moderador fueron analizados por la perspectiva arqueogenalógica de Michel Foucault. Se discutió el campo de fuerzas establecido por los investigadores en la libertad de los involucrados para la constitución de un sujeto crítico de la salud mental, así como las prácticas de concientización, de hacer oír y hablar para la formación del activismo del usuario. Se concluye que el ejercicio de la ciudadanía en la salud mental pasa por la afirmación de la vulnerabilidad psiquiátrica del sujeto y de la problematización de la normalidad por la inserción de la anormalidad en este campo discursivo.Abstract: This paper aims to analyze the understandings and exercise of citizenship of subjects involved in the implementation of the GAM strategy in the macro-region of the 4th Regional Healthcare Coordination of Rio Grande do Sul. Its specific objectives are to describe the relations of knowledge and power around the psychiatric medications which the group of GAM activists is built upon, as well as to reflect on how abnormalities were introduced in the discourses of normality in the political exercise. Through a support participant observation, this study gathered managers, professionals, scholars and users in conversation circles to exchange experiences on GAM strategy. Both the meetings and the content of GAM user guide and moderator guide were analyzed based on the archeogenealogical perspective of Michel Foucault. The force field established by researchers considering the individuals’ freedom to constitute a critical subject of mental health was discussed in this study, as well as the awareness practices of listening and speaking in building user activism. It can be concluded that the exercise of citizenship in mental health involves stating the psychiatric vulnerability of the subject and problematizing the principles of normality by introducing the abnormality in this discursive field.
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Cougo, V. R., & Azambuja, M. A. de. (2018). A Estratégia Gestão Autônoma da Medicação e a Inserção da (A)normalidade no Discurso da Cidadania. Psicologia: Ciência e Profissão, 38(4), 622–635. https://doi.org/10.1590/1982-3703001072017
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