O presente artigo apresenta e discute alguns aspectos relacionados com a comunicação(em saúde e de riscos) sobre agrotóxicos no meio rural brasileiro, dando ênfaseno papel central que as informações contidas em rótulos e bulas de agrotóxicos têmnesse processo de comunicação. A partir de u ma discussão sobre a f ragilidade daassistência técnica e da educação no meio rural brasileiro, aponta para os principaisdesafio s relacionados com a comunicação sobre agrotóxicos no país, tais como: oteor técnico das informações sobre agrotóxicos; a delegação, ao usuário, da responsabilidadesobre os efeitos negativos daqueles agentes químicos na saúde humana(sua e de terceiros) e o ambiente; e o fato da grande maioria das informações disponíveissobre saúde e segurança em relação a agrotóxicos serem fornecidas pela indústriae o comércio. Como consequência, observa-se a construção de autoimagemnegativa, por parte dos trabalhadores rurais que, ao não conseguirem produzir sentidosa partir da informação técnica a eles disponibilizada, tendem a acreditar que édeles mesmo a culpa por tal situação se dar, e não da elaboração inadequada de umaação comunicativa. Sabe-se que a rotulagem adequada de agrotóxicos não irá compensaras deficiências do processo de comunicação de risco e em saúde, relacionadaao uso desses agentes químicos nos processos de produção agrícola. Mas, seguramente,irá servir como fonte de informação mais clara e concisa àqueles indivíduos egrupos que não dispõem de uma assistência adequada para o manejo desses produtos,dando-lhe(s), pelo menos, condições mí nimas de r esg uardar a sua saúde, asaúde de terceiros e o ambiente.
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Da Silva Peixoto Belo, M. S., & Peres, F. (1970). Quando a comunicaçao se restringe a rotulagem: amplificando os riscos associados ao uso de agrotóxicos no meio rural brasileiro. Revista de Comunicación y Salud, 1(1), 89–105. https://doi.org/10.35669/revistadecomunicacionysalud.2011.1(1).89-105
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