Enquanto concepções liberais redistributivas buscam corrigir e compensar as injustiças do passado, recorrendo a argumentos procedimentais reparativos em favor da justiça corretiva, os argumentos comunitaristas embasados no reconhecimento tendem a promover por meio de movimentos e lutas sociais pelo reconhecimento uma sociedade livre de preconceitos e desrespeito. Em sociedades democráticas em desenvolvimento, como o Brasil, a contribuição de Axel Honneth para os debates em curso sobre a Ação Afirmativa tem sido evocada, confirmando que a dialética do reconhecimento não se limita a procurar uma solução teórica para as desigualdades estruturais e econômicas que constituem algumas das suas mais graves patologias sociais, mas permite que as práticas de autorrespeito e de subjetivação desafiem todas as tecnologias de controle social, como apontado na crítica do poder de Foucault. O déficit fenomenológico da teoria crítica consiste, portanto, em reformular a crítica do poder com o intuito de desvelar as práticas do mundo da vida que resistem à dominação sistêmica.
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Oliveira, N. D. (2009). Affirmative action, recognition, self-respect: Axel Honneth and the phenomenological deficit of. Civitas - Revista de Ciências Sociais, 9(3). https://doi.org/10.15448/1984-7289.2009.3.6897
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