OBJETIVO: Com o intuito de analisar os fatores associados à interrupção do tratamento anti-retroviral em adultos com AIDS, no Rio Grande do Norte, Brasil, realizou-se estudo nas unidades locais de referência no atendimento à AIDS. MÉTODOS: Tomou-se como critério de não interrupção o comparecimento a pelo menos 80 por cento das visitas programadas à farmácia para o recebimento das drogas prescritas, por um período de seis meses consecutivos, após a data da prescrição. RESULTADOS: O estudo compreendeu 498 casos, dos quais 52,4 por cento já chegaram a um serviço especializado com alguma condição indicativa de imunodeficiência. O percentual total de não interrupção foi de 64,1 por cento. Não foi encontrada associação com as variáveis sexo, categoria de exposição e contagem de CD4+, nem com o tipo de esquema anti-retroviral. Os resultados da análise multivariada revelaram associações significativas entre interrupção e início do tratamento após internamento hospitalar, uso de drogas, tratamento psiquiátrico, baixo grau de escolaridade e idade de 25 a 34 anos. CONCLUSÃO: Os resultados sugerem que a interrupção do tratamento é um problema crítico nos seis primeiros meses seguintes ao início da terapia anti-retroviral em indivíduos virgens de tratamento, e, especialmente, entre os adultos jovens, com história prévia de tratamento psiquiátrico, que usam ou fizeram uso de drogas lícitas ou ilícitas até um ano antes de iniciar o tratamento com anti-retrovirais, que iniciam a terapia após internamento hospitalar e têm baixo nível de escolaridade. (AU)
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Brito, A. M. de, Szwarcwald, C. L., & Castilho, E. A. de. (2006). Fatores associados à interrupção de tratamento anti-retroviral em adultos com AIDS: Rio Grande do Norte, Brasil, 1999 - 2002. Revista Da Associação Médica Brasileira, 52(2), 86–92. https://doi.org/10.1590/s0104-42302006000200017
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