No presente artigo, obstáculos epistemológicos são concebidos como formas de construção do pensamento presentes na psicologia clínica que não integram a complexidade e as diversas condições dos processos subjetivos. Parte-se de uma breve contextualização do percurso do tema da subjetividade na ciência e na psicologia: de um espaço marginal, quando é vista como oposição à objetividade, a uma posição privilegiada em que é discutida como momento integrante da construção do saber. Contudo, neste momento a psicologia clínica se depara com grandes dificuldades, pois as influências recebidas do paradigma dominante são pouco condizentes com a abordagem da subjetividade. Os obstáculos epistemológicos - como o conhecimento geral e totalitário, as tendências patologizantes e as conclusões apressadas ? são momentos de tais influências que descaracterizam a subjetividade como objeto de estudo e, em conseqüência, opõem-se às exigências necessárias para a abordagem das mesmas. Sendo assim, buscam-se destacar suas principais características e possibilidades de superação de modo que sua retificação aponte novos caminhos para a implantação de uma forma de pensar e investigar coerentes com as condições da subjetividade.
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Neubern, M. S. (2001). Três obstáculos epistemológicos para o reconhecimento da subjetividade na psicologia clínica. Psicologia: Reflexão e Crítica, 14(1), 241–252. https://doi.org/10.1590/s0102-79722001000100020
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