Depósitos mesotermais, estruturalmente controlados do tipo lode-gold ocorrem em terrenos metamórficos e constituem um grupo específico de sistemas epigenéticos de metals preciosos. Muitos depósitos mesotermais de ouro no Quadrilátero Ferrífero (QF), Minas Gerais, Brasil, são englobados no grupo pertencente aos greenstone belts do Arqueano e encaixados em rochas típicas de associações metamórficas das fácies xisto-verde e sub-anfibolito. Em geral, a alteração hidrotermal dos mesmos caracteriza uma zona central de carbonates de ferro, normalmente com albita e micas, gradando para calcita e clorita. Venulações quartzosas e sulfetação também desenvolvem-se, com ouro incluído principalmente nos sulfetos. Os fluidos mineralizantes eram ricos em CO2-H2O, de salinidade relativamente baixa, de pH próximo do neutro a algo alcalino e de caráter geralmente redutor. No caso do QF, variações na fração molar Xco2 e nas atividades de K+/H+ e Na+/H+ controlaram as paragêneses de alteração das rochas metamáficas e meta-ultramáficas. Clorita domina a alteração incipiente e carbonatos a avançada, sugerindo que um fluido dominado por H2O evoluiu de fluido original com valores maiores da razão CO2:H2O, típico dos estágios mais avançados da alteração hidrotermal. Mudanças nos parâmetros ais and Xco2 controlaram a alteração carbonática e a sulfetação de formação ferrífera bandada (BIF), rocha pobre em Al. A capacidade dos minerais da fí/Fem tamponar a/32 do fluido infiltrante determinou a 1) aΣS (e Xco2) do fluido em evolução, e assim 2) associação de sulfetos no espaço físico, no espaço químico e no tempo geológico. Variações na aΣS e Pfluido também podem ser deduzidas pela alteração da BIF, à qual associa-se a deposição de ouro. Zonas de cisalhamento são ocupadas principalmente por pirrotita, enquanto pirita + arsenopirita ocorrem substituindo o bandamento da BIF. Os estágios de alteração incipiente (tamponado) e mais avançados (não tamponados) refletem a gradual evolução composicional de um fluido original externo, relativamente uniforme, através da interação com encaixantes, assim refletindo variações na razão fluido versus rocha. A alteração hidrotermal e precipitação de ouro associada foram praticamente isotérmicas, estando de acordo com cálculos de temperatura e pressão para diversos depósitos em outras partes do mundo. As pequenas variações em fO2, pH e ais, sugeridas para os depósitos no QF, tiveram provavelmente um importante papel na deposição do ouro.
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LOBATO, L. M., & VIEIRA, F. W. R. (1998). STYLES OF HYDROTHERMAL ALTERATION AND GOLD MINERALIZATION ASSOCIATED WITH THE NOVA LIMA GROUP OF THE QUADRILÁTERO FERRÍFERO: PART II, THE ARCHEAN MESOTHERMAL GOLD-BEARING HYDROTHERMAL SYSTEM. Revista Brasileira de Geociências, 28(3), 355–366. https://doi.org/10.25249/0375-7536.1998355366
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