Para realizar a difícil tarefa evangelizadora, que envolvia o trabalho de tradução, os missionários jesuítas dos séculos XVI e XVII tiveram que produzir uma 'língua geral da costa'. A descontextualização lingüística resultante produziu significações peculiares no ponto de vista cultural, de tal maneira que a nova gramática e a nova semântica poderiam ser entendidas no interior de um processo histórico de encontros de culturas. O 'outro' (a diversidade cultural) e o 'mesmo' (a ortodoxia religiosa) se verificam, a partir do século XVI, nos catecismos elaborados nas línguas exóticas americanas. Tais registros evidenciam não apenas a redução da alteridade indígena na perspectiva literário-religiosa ocidental, mas também o alargamento dessa mesma perspectiva pela necessidade de incorporação das instituições mítico-rituais dos índios.
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Agnolin, A. (2022). Jesuítas e selvagens: a negociação da fé no encontro catequético-ritual americano-tupi (Séculos XVI-XVII). Jesuítas e selvagens: a negociação da fé no encontro catequético-ritual americano-tupi (Séculos XVI-XVII). Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. https://doi.org/10.11606/9788575064290
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