Questões em torno da construção de indicadores de analfabetismo e letramento

  • Ribeiro V
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Abstract

Este artigo discute questões em torno da construção de indicadores de analfabetismo e de seu oposto, o letramento. Primeiramente, analisa a evolução desses conceitos e sua relevância para o campo da educação. Em seguida, descreve a situação brasileira em relação a três estratégias de medição de analfabetismo e letramento: os censos populacionais, as avaliações dos sistemas de ensino e os estudos por amostragem. Analisa problemas metodológicos de cada uma dessas estratégias e suas implicações políticas e ideológicas. Em relação aos dados censitários, questiona a validade do critério adotado pelo IBGE - menos de quatro anos de escolaridade - para quantificar o analfabetismo funcional. Aponta as potencialidades das avaliações dos sistemas de ensino, evidenciando sua grande repercussão na mídia e a pouca atenção que recebem dos especialistas da academia. Com relação às pesquisas por amostragem, descreve tendências internacionais recentes e uma iniciativa pioneira de construção de um indicador nacional de alfabetismo no Brasil. Destaca a importância de criticar os mitos associados ao letramento e evitar os estigmas associados ao analfabetismo. Conclui que a divulgação de pesquisas, sobre o letramento e sua distribuição na população, proporciona uma rica oportunidade para que a sociedade reflita sobre a própria cultura, sobre suas expectativas com relação à escola e outras instituições.This article discusses issues on the construction of illiteracy - and of its opposite, literacy - indexes. Firstly, it analyzes the evolution of these concepts and their relevance to the field of education. Next it describes the Brazilian situation with respect to three strategies for measuring illiteracy and literacy: the population census, the evaluations of school systems, and the sampling studies. It analyzes methodological problems of each of those strategies, and their political and ideological implications. With regard to census data, it questions the validity of the criterion adopted by IBGE - less than four years of schooling - to quantify functional illiteracy. It points out the potential of the evaluations of school systems, showing their large repercussion in the media, and the little attention they receive from academic experts. With respect to sampling surveys, the article describes recent international trends and a pioneering initiative to create a national indicator of illiteracy in Brazil. The article underlines the importance of criticizing the myths associated to literacy and of avoiding the stigmas attached to illiteracy. The article concludes that the publication of researches on literacy and their distribution among the population represents a rich opportunity to the society to reflect on its own culture, and on its expectations about the school and other institutions.

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Ribeiro, V. M. (2001). Questões em torno da construção de indicadores de analfabetismo e letramento. Educação e Pesquisa, 27(2), 283–300. https://doi.org/10.1590/s1517-97022001000200007

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