Ébola

  • Cascante Burgos J
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Abstract

O vírus Ébola encontra-se em alguns países africanos em reservatórios naturais, e foi descoberto pela primeira vez em 1976 no antigo Zaire (atual República Democrática do Congo) perto do rio Ébola ao qual se deve o seu nome. Desde então, foram detetados alguns surtos na África Subsariana. A epidemia de 2014 na África Ocidental é a maior já registada deste vírus tendo causado 4877 mortes e 9936 doentes até 19 de Outubro de 2014. Os países afetados, com transmissão disseminada, são de momento a Serra Leoa, a Guiné-Conacri e a Libéria. Em simultâneo decorre um surto não relacionado, na República Democrática do Congo (província Equateur). Existem alguns casos importados e secundários para os Estados Unidos e para a Europa que não formaram cadeias de transmissão. A Nigéria e o Senegal também foram afetados, mas atualmente são consideradas zonas livres de vírus Ébola. A transmissão da doença por exposição primária acontece numa zona endémica do vírus Ébola e tudo indicia que os morcegos da fruta (Pteropodidae) serão o reservatório natural do vírus. Pensa-se que os primatas podem ser infetados através da ingestão de frutos contaminados pelo vírus Ébola (contaminação através da saliva de morcegos). Depois de infetados, ocorre uma multiplicação rápida do vírus nos primatas não humanos que, se não for acompanhada por uma resposta capaz do sistema imunitário, poderá ser mortal. A partir de primatas e/ou de outras espécies de animais infetados, pode verificar-se transmissão ao ser humano. A exposição secundária envolve, assim, transmissão através de primatas e transmissão entre humanos e/ou com superfícies ou objetos contaminados. Um método comum de transmissão na África Ocidental são os rituais fúnebres que envolvem contacto com o corpo de vítimas mortais através dos seus líquidos e fluidos corporais. Também especialmente expostos estão os prestadores de cuidados de saúde que manuseiam diretamente fluidos de doentes e materiais médicos contaminados. A propagação da epidemia tem tido como base estes métodos de transmissão. No resto do mundo, até à data, só se verificou a doença através de importação de casos provenientes de áreas afetadas. Raramente, estes casos esporádicos importados deram origem a casos secundários, mas sem evidência de cadeias de transmissão. O risco para Portugal é, de momento, baixo, e assenta na possibilidade de uma pessoa doente viajar para o país (caso importado).

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Cascante Burgos, J. (2014). Ébola. Sanidad Militar, 70(4), 246–247. https://doi.org/10.4321/s1887-85712014000400001

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