Nos limites deste artigo, analisaram-se os vários elementos da onda de transformações ocorridas no âmbito da economia capitalista mundial nos últimos decênios. Estas resultaram de medidas contra tendências, visando ao bloqueio e à superação da crise estrutural decorrente do esgotamento do crescimento de longa duração do pós-Segunda Grande Guerra. Contraditoriamente, ao tempo em que as mudanças introduzidas se revelaram poderosas alavancas inovadoras nos planos produtivo e financeiro, também carregaram conteúdos profundamente regressivos. Transformou-se profundamente o capitalismo, mas sem a consolidação de uma nova base sólida para remunerar crescentemente o grande capital, em substituição ao ciclo fechado no início dos anos 1970. Os países "subdesenvolvidos" e "emergentes" reproduzem, com algumas especificidades, tais contradições sob a dominação do capital financeiro. Por conseguinte, o novo modelo de reprodução do capitalismo do tempo presente exibe limites visíveis. Prolonga a crise orgânica que se desdobra em regressões ameaçadoras aos destinos da humanidade, mas não sem criar novas bases para uma superação anticapitalista.Les divers facteurs de transformation qui ont eu lieu au sein de l'économie capitaliste mondiale au cours des dernières décennies sont analysés dans cet article. Ces transformations sont l'aboutissement des mesures prises contre les tendances visant à bloquer et à surmonter la crise structurale provoquée par le manque de croissance à long terme de l'après-deuxième guerre mondiale. Paradoxalement, alors que les changements réalisés se sont révélés être de puissants leviers innovateurs sur les plans productif et financier, ils étaient chargés aussi de contenus profondément régressifs. Le capitalisme s'est beaucoup transformé mais sans consolider une nouvelle base suffisamment forte et capable de rémunérer de manière croissante le grand capital afin de remplacer le cercle fermé au début des années 1970. Les pays "sous-développés" et "émergents" reproduisent avec quelques spécificités ces contradictions sous domination du capital financier. Par conséquent le nouveau modèle de reproduction du capitalisme des temps présents affiche des limites visibles. La crise organique se prolonge et se multiplie par des régressions menaçantes pour le destin de l'humanité, sans pour autant créer de nouvelles bases capables d'un dépassement anti-capitaliste.Within the limitations of this article the authors analyzed various elements of the wave of transformations which have occurred in the scope of the world's capitalist economy over recent decades. These transformations have led to measures against trends aimed at blocking and overcoming the structural crisis resulting from stagnation after a long period of post-World War II growth. In contradiction, at a time in which the changes that were introduced have proven to be powerful leveraging tools for innovation in the production and finance arenas, their content is also thoroughly regressive. Capitalism has undergone a profound transformation, but without the consolidation of a solid new base to increasingly reward big capital in order to replace the cycle which ended in the early 1970s. The "underdeveloped" and "emerging" countries reproduce, with some particularities, these contradictions under the domination of financial capital. Thus, capitalism's new model of reproduction currently shows visible limits. It prolongs the organic crisis which is developing regressions which threaten human destiny, but not without creating new bases for overcoming anti-capitalism.
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Nóvoa, J., & Balanco, P. (2013). O estágio último do capital: a crise e a dominação do capital financeiro no mundo. Caderno CRH, 26(67), 87–104. https://doi.org/10.1590/s0103-49792013000100007
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