Rede de significações: perspectiva para análise da inserção de bebês na creche

  • de Souza Amorim K
  • Vitoria T
  • Rossetti-Ferreira M
N/ACitations
Citations of this article
13Readers
Mendeley users who have this article in their library.

Abstract

A inserção de bebês em creche envolve familiares, crianças e educadoras em um complexo processo de integração, particularmente em nossa cultura, em que a educação coletiva de bebês é fenômeno recente. As representações sociais e a literatura científica reforçam a noção de que idealmente bebês devem ser cuidados em casa, pela mãe. Assim, freqüentemente, essa se sente culpada por ter que compartilhar os cuidados do(s) filho(s). O período inicial do bebê em uma creche, portanto, implica a emergência de novos significados que são atribuídos e assumidos, confrontados e negociados nas interações estabelecidas pelos participantes. Uma perspectiva teórico-metodológica foi desenvolvida para analisar esse processo, baseado em um projeto de pesquisa que acompanhou a inserção de 26 bebês (5-18 meses de idade) em uma creche. Registrou-se a situação a partir de gravações em vídeo, fichas de observação e entrevistas. A perspectiva referida destaca três personagens centrais: mãe, criança e educadora, em seus mútuos relacionamentos, os quais criam vários campos interconectados. O campo mãe-criança está inserido, principalmente, no cenário da família. Os outros dois, educadora-criança e mãe-educadora, no cenário da creche. Ambos os cenários estão impregnados por uma matriz socioistórica ampla, criada por complexo sistema cultural, econômico e político. Os vários elementos formam uma rede de significações semióticas, que continuamente se transforma e estrutura/desestrutura o desenvolvimento humano.The insertion of babies in a day care involves family members, child and caregivers in a complex integration process, as in our culture, collective education is a recent phenomenon. Social representations and scientific literature reinforce the notion that, by nature, babies require personal care at home, by their own mother. Consequently, she often feels guilty for leaving her baby in an institution. The baby's first period in a day care thus implies the emergence and creation of new meanings which are attributed to, assumed by, confronted to and negotiated in the interactions established by all participants. A model was developed to analyse this process based on a research project on the insertion of 26 infants (5 to 18 months old) into a day care. Video recordings, observational reports, as well as interviews with mothers, caregivers and technicians were made during the babies' first year at an university day care centre. The model focus on three main personages: mother, child and caregiver and on their mutual relationships which create three interconnected fields. The mother-child field is inserted in a larger network, the family scenery. The other two, caregiver-child and mother-caregiver fields are located in the day-care scenery. Both scenarios are impregnated by a wider social-historical matrix created in complex cultural, economic and political systems. The various elements are interconnected in a semiotic network of meanings, which continuously transforms and structures human development, allowing varied paths of behavior for each individual.

Cite

CITATION STYLE

APA

de Souza Amorim, K., Vitoria, T., & Rossetti-Ferreira, M. C. (2000). Rede de significações: perspectiva para análise da inserção de bebês na creche. Cadernos de Pesquisa, (109), 115–144. https://doi.org/10.1590/s0100-15742000000100006

Register to see more suggestions

Mendeley helps you to discover research relevant for your work.

Already have an account?

Save time finding and organizing research with Mendeley

Sign up for free