O saneamento ambiental compreende entre suas vertentes a coleta, tratamento, disposição final de efluentes domésticos, o controle de vetores e focos de doenças e a organização da ocupação e de uso do solo. A ausência ou a precariedade do saneamento promovem problemas ambientais. De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS, 2015), o saneamento básico da Região Metropolitana de Belém (RMB) é, praticamente, inexistente. Desse modo, o objetivo do artigo foi evidenciar os serviços de saneamento básico no setor de esgotamento sanitário na RMB e as doenças de veiculação hídrica, entre os anos de 2011 a 2015, por meio de indicadores. Constatou-se que a operação e manutenção em 15 estações de tratamento e 36 estações elevatórias de esgoto na RMB sofrem contínua degradação do sistema físico e eletromecânico. Assim sendo, o lançamento do esgoto sem tratamento e a precariedade do tratamento da água para consumo humano desencadeia um conjunto de causas de doenças de veiculação hídrica, onde foram notificados 87% (n=4418) casos de dengue, 2% (n=120) de hepatites virais, 0,6% (n=30) de esquistossomose, 3,5% (n=179) de febre tifoide e 6,5% (n=331) de leptospirose, das quais se constataram 14,81% (n=8) casos de óbitos relacionados à dengue e 85,2% (n=46) à leptospirose. Conclui-se, que há necessidade de estudos de monitoramento da qualidade da água dos corpos receptores das unidades coletoras e de tratamento de esgoto sanitário, cujos diagnósticos poderão servir de ferramentas para fomentar ações de conscientização e esclarecimentos à população quanto aos riscos à saúde.
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Sousa, E. D., Ramos, G. O., Santos Júnior, J. S. dos, & Beltrão, N. E. S. (2018). PANORAMA SITUACIONAL DO SERVIÇO DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO E SUA RELAÇÃO COM DOENÇAS DE VEICULAÇÃO HÍDRICA NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM - PARÁ. Revista Gestão & Sustentabilidade Ambiental, 7(3), 487. https://doi.org/10.19177/rgsa.v7e32018487-503
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