A teologia não é um saber autônomo. Na busca por contextualização e pertinência, a teologia cristã se lança ao diálogo fecundo com outras áreas do conhecimento. Ao ser interpelada pelas demandas de outros saberes, a intelecção da fé se vê obrigada a repensar as suas próprias categorias com o objetivo de manter pública a sua tarefa. A teologia da libertação, por exemplo, chama esse exercício de abertura de mediação sócio-analítica (MSA), isto é, mediação necessária a uma teologia disposta a ouvir a sociedade com finalidades transformadoras e libertadoras. A MSA nos faz aceder ao texto social e discernir a situação de opressão/colonização que afetam o marginalizado ou subalternizado, que é o interlocutor e o destinatário principal não só da teologia da libertação, mas também da teologia decolonial. Desse modo, buscamos resgatar os principais eixos do pensamento decolonial por meio do Grupo Modernidade/Colonialidade/Decolonialidade (Grupo M/C/D) para, no segundo momento, oferecer algumas contribuições para uma teologia decolonial disposta a avaliar o seu próprio referencial teórico/prático a partir dos lugares fronteiriços cujas epistemologias do Sul emergem abrindo espaços para novos ambientes de enunciação da fé cristã.
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Cunha, C. A. M. (2018). Teologia decolonial e epistemologias do Sul. INTERAÇÕES, 13(24), 306–333. https://doi.org/10.5752/p.1983-2478.2018v13n24p306-333
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