A primeira partilha da África: decadência e ressurgência do comércio português na Costa do Ouro (ca. 1637-ca. 1700)

  • Ferreira R
N/ACitations
Citations of this article
7Readers
Mendeley users who have this article in their library.

Abstract

Este texto tem como tema geral o declínio do comércio português na costa do Ouro depois da tomada do castelo de Elmina pelos holandeses em 1637. São tratados os seguintes temas: comércio de ouro, aumento da presença européia na região, aumento do tráfico de escravos e retorno português ao comércio da costa do Ouro em fins do século XVII. O texto demonstra que seguindo o fim do semi-monopólio comercial português, em 1637, a Costa do Ouro passou por um processo de internacionalização do comércio. As atividades de várias companhias de comércio européias não alterram as estruturas comerciais criadas pelos portugueses no período pré-1637. O comércio costeiro era dominado pelos europeus, mas as rotas internas do comércio de ouro e de escravos estavam nas mãos dos africanos. Para se estabelecerem na costa, os europeus dependiam de acordos com os africanos. O retorno português ao comércio na costa do Ouro aconteceu em fins do século, numa conjuntura que diferia radicalmente do apogeu do comércio lusitano na região. Sem acesso aos fortes e fortalezas que serviam de bases comerciais para ingleses, holandeses e outras nações européias, os capitães dos navios negreiros portugueses se valiam de acordos com os ingleses (para buscar proteção contra holandeses) e do comércio de produtos brasileiros, tais como tabaco e ouro contrabandeado do Brasil, que tinham grande demanda na costa do Ouro.This article deals with the decline of Portuguese commerce on the Gold Coast after the takeover of the Portuguese castle of Elmina by Dutch forces in 1637. The article addresses the following questions: the gold trade, the rise of European commerce on the Gold Coast, the growth of the slave trade, and the revival of Portuguese commerce in the end of the seventeenth century. It demonstrates that following the end of the commercial semi-monopoly that the Portuguese held before 1637, the Gold Coast underwent a process of commercial internationalization. The activities of several European commercial companies did not alter commercial structures that had been established by the Portuguese in the pre-1637 period. While the coastal trade was controlled by the Europeans, the internal routes of the gold and slave trades were controlled by Africans. To establish themselves on the coast, Europeans had to sign accords with African rulers. The revival of Portuguese trade took place in the end of the seventeenth century in a context that differed radically from conditions during the height of Portuguese trade. Without access to forts and fortresses that provided the basis for trade by the British, the Dutch and other European nations, captains of Portuguese ships established agreements with the British (so that they could have protection against the Dutch) and imported goods from Brazil, such as tobacco and gold, which were in high demand locally.

Cite

CITATION STYLE

APA

Ferreira, R. (2010). A primeira partilha da África: decadência e ressurgência do comércio português na Costa do Ouro (ca. 1637-ca. 1700). Varia Historia, 26(44), 479–498. https://doi.org/10.1590/s0104-87752010000200008

Register to see more suggestions

Mendeley helps you to discover research relevant for your work.

Already have an account?

Save time finding and organizing research with Mendeley

Sign up for free