O artigo discute o paradigma do “desenvolvimento urbano sustentável” e das “cidades sustentáveis”, analisando epistemologicamente o conceito mais amplo de “desenvolvimento sustentável” do qual eles derivaram. Através de uma revisão quanto às origens desse conceito e do contexto em que isso ocorreu, são assinalados alguns pontos chave para uma discussão sobre o que está por trás da construção desse modelo para o planejamento das cidades: a quem ele serve e para quais propósitos. As discussões ambientais urbanas se veem cada vez mais obstruídas pela chegada desses conceitos, dentro dos círculos acadêmicos e fora deles. As disputas ideológicas e disciplinares que foram criadas com a tentativa forçada de convergência trazida por esses conceitos são solucionadas pela adoção de uma crescente imprecisão que eles carregam, de modo a não comprometer seu caráter consensualista. Por outro lado, as disputas políticas na cidade são desmontadas com a ajuda desses conceitos, já que eles serão capazes de garantir os recursos para as gerações futuras, equilibrando os interesses econômicos, ambientais e sociais, constituindo assim uma ideia capaz de desmontar todas as resistências e colocar-se como mito salvador.PALAVRAS-CHAVE: Cidades sustentáveis. Conflitos socioambientais urbanos. Desenvolvimento urbano sustentável. Modernização ecológica.
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Prado, A. L. (2015). Desenvolvimento urbano sustentável: de paradigma a mito. Oculum Ensaios, 12(1), 83–97. https://doi.org/10.24220/2318-0919v12n1a2714
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