Dados relativos a egressos do sistema prisional brasileiro mostram numerosas reincidências na infração à lei, acompanhadas por crescimento contínuo da população carcerária, geralmente exposta a condições precárias nas prisões. Nesse quadro, programas de inclusão social de egressos são importantes. Neste estudo, pesquisou-se o Projeto Regresso, desenvolvido em Minas Gerais, visando reintegrar o egresso ao mercado formal de trabalho, via organizações parceiras. Considerando que a atividade laboral tem uma função central na vida desse sujeito e utilizando como referencial teórico, entre outros, sobretudo os trabalhos de Morin, buscou-se compreender os sentidos atribuídos ao trabalho por egressos inseridos em duas organizações parceiras do Projeto Regresso. Como metodologia, adotou-se a pesquisa qualitativa. Os 12 egressos e os dois profissionais de RH das organizações foram entrevistados e suas falas transcritas. O material das entrevistas foi submetido à análise do conteúdo, o que levou à criação de seis categorias analíticas para a fala dos egressos - trajetória de trabalho, vida na prisão, vida pós-prisão, trabalhos como egressos, percepção do trabalho, sentidos do trabalho - e uma sétima, a visão dos profissionais de RH. Os resultados mostram que, paradoxalmente, apesar de exercerem atividades precárias, os egressos relatam satisfação no trabalho.
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Toledo, I. D., Kemp, V. H., & Machado, M. N. da M. (2014). Os sentidos do trabalho para egressos do sistema prisional inseridos no mercado formal de trabalho1. Cadernos de Psicologia Social Do Trabalho, 17(1), 85. https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.v17i1p85-99
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