Em 2015, o rompimento da barragem de rejeitos de Fundão, da mineradora Samarco fez do município de Mariana (MG) o epicentro de uma catástrofe que atingiu várias esferas: econômica, social, ambiental e humana. Este artigo se debruça sobre a literatura de Resiliência Econômica Regional para analisar a capacidade de resiliência econômica de Mariana e dos 34 municípios mineiros também impactados pela tragédia. A hipótese principal é que as características estruturais de localidades dependentes de um setor-chave restringem a sua capacidade de resistir e se recuperar-se economicamente dos choques adversos. Para a análise empírica dos efeitos do rompimento da barragem sobre os municípios afetados, foi utilizado o indicador de resistência econômica proposto por Martin et al. (2016) e o método shift-share para identificar os principais fatores responsáveis pela redução do emprego nestas localidades. Os resultados mostraram que a especialização produtiva e, ainda, o baixo dinamismo dos demais setores são fatores que comprometem a capacidade de recuperação pós-choque. Este trabalho se justifica por contribuir para a definição de políticas de apoio ao desenvolvimento local e indução à diversificação produtiva. As proposições feitas neste artigo apontam para a necessidade de ampliação da capacidade das famílias e empresas diversificarem suas fontes de renda, investirem nas relações sociais, manterem reservas de capital de diferentes tipos e desenvolverem competências de aprendizagem e de adaptação. E para o caso de Mariana, a vantagem competitiva no setor de turismo, a agricultura familiar e uma maior interação entre universidades e empresas podem gerar estratégias na indução da diversificação econômica.
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Silva, F. F., Silva, J. F. da, & Tupy, I. S. (2019). Reflexões Sobre Resiliência Econômica Regional: o cenário pós-desastre de Mariana (MG). Redes, 24(2), 29–55. https://doi.org/10.17058/redes.v24i2.12974
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