Neste artigo, a violência transfóbica será tratada no escopo da violência de gênero, compreendida como uma violência estrutural, que é histórica e sistemática, a partir de um processo permanente de caça às bruxas, expressão máxima do patriarcado junto com o colonialismo e o racismo, vinculada estruturalmente à acumulação primitiva. Em nossas análises, a transfobia não estará apenas no terreno da violência letal, mas, antes, em processos cotidianos e sistemáticos de violações de direitos, em face dos efeitos da mundialização do capital e da ofensiva ultraneoliberal em países de capitalismo periférico e dependente como o Brasil. Todos esses elementos são analisados como determinantes para a exclusão estrutural de pessoas trans, afirmando-se, também, que a violência transfóbica se realiza na medida em que as mulheres trans exercem resistência à matriz hegemônica de gênero. Palavras-chave: Transfobia. Mulheres Trans. Violência de Gênero. Acumulação Primitiva. Crise do Capital.
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Marinho, S. (2020). Mulheres trans, violência de gênero e a permanente caça às bruxas. Argumentum, 12(3), 86–101. https://doi.org/10.47456/argumentum.v12i3.31355