Pretendeu-se construir um modelo sobre o Comportamento Parental de mães deprimidas. As participantes foram 23 mães com idades compreendidas entre os 20 e os 47 anos e cujos filhos têm idades entre os 4 meses e 8 anos de idade. Dezassete destas mães pertencem a estudos realizados anteriormente (Esteves, Pires & Valada, 2001; Henriques, 2002; Pingo, 2002). As entrevistas semi-estruturadas foram gravadas e posteriormente transcritas e analisadas de acordo com o método “Grounded Theory”. Constatou-se que estas mães se sentem indisponíveis para os seus filhos e para os outros, sendo invadidas por um sentimento de inadequação materna, o que leva ao emergir de sentimentos de culpa. O processo social básico é o da Relação de Proximidade e de Exclusividade. Assim, estão sempre presentes, dedicam-se exclusivamente à criança, abdicam do seu tempo em prol da criança, são permissivas, protectoras, companheira de brincadeiras, vêm a criança como sendo só sua e afirmam ser mãe e pai. Esta relação de proximidade e exclusividade é moderada por sentimentos de incompreensão, pelo medo/insegurança, falta de apoio, sentimento de vazio, mas também pela rejeição de apoio, ausência da figura paterna, o tipo de relação conjugal, deixar de trabalhar e a preocupação, tendo como consequências as dificuldades de separação e crianças que são difíceis, dependentes, desobedientes, imaturas, ansiosas, teimosas, egoístas, agitadas, nervosas, insatisfeitas e com dificuldades na interacção com o outro.
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Francisco, V. L., Pires, A., Pingo, S., Henriques, R., Esteves, M. A., & Valada, M. J. (2012). A depressão materna e o seu impacto no comportamento parental. Análise Psicológica, 25(2), 229–239. https://doi.org/10.14417/ap.442
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