O texto descreve as relações e tensões que caracterizam a temática do desenvolvimento, da cooperação externa e dos investimentos estrangeiros diretos nas economias ditas emergentes do eixo Sul-Sul, para refletir sobre alguns aspectos deste processo. Entre estes destaca: a) as distintas vertentes do pensamento que disputam legitimidade no campo do debate acadêmico, político e societal em torno do que se entende por desenvolvimento; b) o campo de poder que é configurado por redes técnico-produtivas e instituições quando este processo é posto em marcha; c) a cooperação internacional no eixo Sul-Sul, dinamizada a partir da constituição dos BRICS; e d) os aspectos relativos aos diferentes saberes e racionalidades que se cruzam no âmbito destas relações. O caso de Moçambique é tomado como referente empírico ao olhar sobre o processo de desenvolvimento induzido externamente, a fim de problematizar as racionalidades e as ideologias impressas nos modelos de desenvolvimento que “viajam” dos países industrializados para os não industrializados. Concluímos indicando algumas tendências observadas nos investimentos diretos realizados pela corporação multinacional Vale S.A. na Província de Tete, em Moçambique, visando evidenciar a forma como se entrelaçam e se conflitam concepções e visões sobre processos de desenvolvimento no contexto de dominância do global sobre o local.
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Silva, M. Z. e. (2014). Cooperação Sul-Sul, Investimentos Externos e Desenvolvimento: Existem novas perspectivas a partir do sul global?1. Cadernos de Estudos Africanos, (27), 33–54. https://doi.org/10.4000/cea.1454
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