ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA DA PRODUÇÃO SOBRE RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS NO ENANPAD: EVIDÊNCIAS DE UM DISCURSO MONOLÓGICO

Abstract

O objetivo desse artigo é demonstrar que existe uma reprodução do discurso de uns poucos autores no campo da Responsabilidade Social das Empresas – RSE e que a escolha dos temas pelos pesquisadores da área tem se concentrado nos aspectos operacionais, ou seja, na gestão social em si, e muito pouco nos fundamentais, evitando uma discussão mais profunda sobre suas razões e motivos. Buscamos analisar os anais da ENANPAD no período de 2003-2006, no qual os artigos do tema foram reunidos sob a rubrica da Gestão Social e Ambiental, com o propósito de verificar a hipótese inicial. Os resultados foram, no nosso parecer, favoráveis a confirmação de que existe um processo de institucionalização do debate em torno da prática e aplicação das ações sociais e pouca disposição para a reflexão conceitual sobre sua adoção.   A excessiva concentração do debate atual em torno de qual ação é mais adequada, ou qual é o best way da gestão social das empresas, não faz justiça à importância que o problema possui. Ao concentrar os esforços na face operacional da questão, perde-se o valor epistemológico, que seria propiciado pela investigação mais sistemática e crítica sobre suas causas. Buscar compreender, na maioria dos casos, o funcionamento, aplicação e aperfeiçoamento de programas de ação social por parte das empresas resulta, quase sempre, na melhoria de processos e em uma forma mais eficiente (know how) de gestão. A ausência de uma investigação mais pertinente, questionadora sobre razões e implicações, ou seja, do que é mais eficaz (know what), tangencia a questão fundamental e escapa do problema estratégico, que é a discussão sobre o papel das empresas em relação aos problemas sociais situação que lhes favorece e possibilita o império do discurso monológico sobre o processo como um todo (Gomes & Moretti, 2007, cap.3).Resumen   El objetivo de este artículo es demostrar que existe una reproducción del discurso de unos pocos autores en el campo de la Responsabilidad Social de las Empresas - RSE, y que la selección de los temas por parte de los investigadores del área se ha concentrado en los aspectos operativos, o sea, en la gestión social en sí, y muy poco en los puntos fundamentales, evitando una discusión más profunda sobre sus razones y causas. Analizamos los anales de la ENANPAD del período 2003-2006, durante el cual los artículos sobre este tema fueron reunidos bajo el título Gestión Social y Ambiental, con el propósito de verificar la hipótesis inicial. Los resultados fueron, a nuestro entender, favorables a la confirmación de que existe un proceso de institucionalización del debate en torno de la práctica y de la aplicación de acciones sociales y poca disposición para la reflexión conceptual sobre su adopción.   La excesiva concentración del debate actual en torno de qué acción es la más adecuada, o cuál es la mejor forma de la gestión social de las empresas, no evidencia la importancia que el problema presenta. Al concentrar los esfuerzos en la fase operativa de la cuestión, se pierde el valor epistemológico, que sería propiciado por la investigación más sistemática y crítica sobre sus causas. Tratar de comprender, en la mayoría de los casos, el funcionamiento, la aplicación y el perfeccionamiento de programas de acción social por parte de las empresas redunda, casi siempre, en una mejora en los procesos y en una forma más eficiente (know how) de gestión. La ausencia de una investigación más pertinente, cuestionadora de las razones e implicancias, o sea, de lo que es más eficaz (know what), toca tangencialmente la cuestión fundamental y escapa del problema estratégico, que es la discusión sobre el papel de las empresas en relación con los problemas sociales, situación que los favorece y permite el imperio del discurso monológico sobre el proceso como un todo (Gomes & Moretti, 2007, cap. 3).