Três conspícuos setores ambientais compõem a área parálica do extremo leste do Estado de Sergipe, Brasil, como evidenciado por estudos sinecológicos envolvendo foraminíferos e tecamebas. Nesta área, inserida no delta do rio São Francisco, três microbiofácies são reconhecidas: Quinqueloculina spp., Ammonia tepida/Elphidium spp. e Miliammina fusca/Arenoparrella mexicana. Tais unidades são fortemente controladas pela salinidade e correspondem, respectivamente, a sub-ambientes euhalinos (33,5 - 36,5‰), hipohalinos-mixohalinos (20,5 - 28‰) e hipohalinos-salobros (0,5 – 9,5‰). Estes sub-ambientes integram um sistema formado por um canal lagunar, pequenos rios e canais de maré, que entrecortam manguezais. A diversidade e a eqüitatividade crescem em direção à laguna. Ambientes dominados por textulariinos e tecamebas são caracterizados por baixa diversidade, baixa eqüitatividade e alto grau de confinamento. Ambientes dominados por rotaliinos e milioliinos apresentam maior diversidade e eqüitatividade, além de serem mais abertos à influência marinha. Tais dados refletem o comportamento hidroquímico e hidrodinâmico da área e podem ser utilizados em estudos de diagnóstico ambiental e vulnerabilidade de ecossistemas. A zonação biofaciológica encontrada nesta área pouco impactada pode ser confrontada a áreas parálicas similares, inclusive poluídas, podendo também ser utilizada em estudos paleoambientais.
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Semensato Jr., D. (2004). Análise ambiental de uma área parálica no delta do rio São Francisco, Sergipe-Brasil, com base na sinecologia de foraminíferos e tecamebas (Protista). Revista Brasileira de Paleontologia, 7(1), 53–66. https://doi.org/10.4072/rbp.2004.1.04
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