Procura-se descrever a trajetória da castanha-do-pará como produto obtido essencialmente da coleta e do início da domesticação pelas comunidades indígenas pré-colombianas. A despeito de ser um produto conhecido no mercado interno e externo, a castanheira foi sendo destruída, vítima das políticas públicas que eram seguidamente implantadas na Amazônia. Os imigrantes japoneses que se instalaram em Tomé-Açu (1929) e Parintins (1931) foram os primeiros a tentar o plantio de castanheiras em sistemas agroflorestais (SAF). Na década de 1980, com o desenvolvimento das técnicas de formação de mudas e de enxertia pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) Amazônia Oriental, iniciaram os plantios em grandes áreas, que apresentaram dificuldades com relação à sua viabilidade econômica. A perda da hegemonia brasileira frente à Bolívia, as mudanças no processo de comercialização e as dificuldades de transformá-la em uma planta de cultivo são desafios que se apresentam para o futuro. A inserção das castanheiras em SAF constitui a forma mais apropriada para garantir a sua viabilidade econômica.
Mendeley helps you to discover research relevant for your work.
CITATION STYLE
Homma, A. K. O., Menezes, A. J. E. A. de, & Maués, M. M. (2014). Castanheira-do-pará: os desafios do extrativismo para plantios agrícolas. Boletim Do Museu Paraense Emílio Goeldi - Ciências Naturais, 9(2), 293–306. https://doi.org/10.46357/bcnaturais.v9i2.526