Com o objetivo de investigar o efeito do conhecimento e atitudes pessoais, hábitos de higiene oral e uso de fluoretos sobre a total ausência de cáries, realizou-se um estudo do tipo caso-controle entre estudantes universitários da região sul do Brasil. A análise bruta por regressão logística condicional não demonstrou efeito para as variáveis relacionadas ao uso de fluoretos e hábitos de higiene oral (p > 0,20). Já o uso de fio dental apareceu como um fator de risco: os que afirmaram não usá-lo apresentaram "odds ratio" (OR) bruto de 0,70, e de 0,73 quando ajustado para visitas regulares ao dentista. O efeito para as visitas regulares ao dentista foi de risco. Pessoas com história de cárie visitavam mais os profissionais. Aqueles com história de cárie apresentaram um "odds ratio" bruto de 1,55; após o ajuste para uso de fio dental o risco foi levemente superior (OR = 1,67). Hábitos de higiene oral não demonstraram efeito protetor esperado. O uso de fluoretos não esteve significativamente associado à ausência de cáries. Permanece intrigando o fato de que algumas pessoas não desenvolvam cáries, mesmo não relatando cuidados considerados ideais à saúde bucal.The purpose of this article was to investigate the effect of personal awareness and attitudes, the dentist's role, oral hygiene habits, and fluoride use on total absence of caries in adults, using a case-control study matched for sex and age with undergraduate students from two private Brazilian universities. Crude analysis using conditional logistic regression failed to show any effect for the related variables regarding fluoride use and oral hygiene habits (p > 0.20). Use of dental floss was the only exception in this set. It appeared as a risk factor, since individuals who stated not flossing presented a crude odds ratio (OR) of 0.70, or 0.73 when adjusted for regular visits to the dentist. The effect for regular visits to the dentist was that of a risk. Those with a history of caries presented a crude odds ratio of 1.55; after adjusting for dental floss use, the risk was slightly higher (OR = 1.67). Oral hygiene habits, contrary to the formulated hypothesis, did not display the expected protective effect. Likewise, fluoride use was not significantly associated with absence of caries. Individuals with a history of caries were used to visiting more professionals, confirming the formulated hypothesis for this variable. Nevertheless, it is still intriguing that some people fail to develop caries, even when they report not practicing measures considered ideal for oral health.
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Petry, P. C., Victora, C. G., & Santos, I. S. (2000). Adultos livres de cárie: estudo de casos e controles sobre conhecimentos, atitudes e práticas preventivas. Cadernos de Saúde Pública, 16(1), 145–153. https://doi.org/10.1590/s0102-311x2000000100015
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