"Cada sonho que você deixa para trás É um pedaço de si que morre" (Steve Jobbs) Poucos discordariam da afirmação que Florence Nightingale foi uma visionária. Em seu livro "Notas sobre a Enfermagem" chega a refletir que "talvez pareça estranho enunciar como primeiro dever de um hospital não causar mal ao paciente". Parece que ela tinha uma clara compreensão, apesar de não estarmos nos referindo a uma época com tantas pesquisas ou conhecimentos sobre infecção hospitalar, riscos cirúrgicos e agentes patógenos, que a segurança dos pacientes depende de fatores culturais, processuais e humanos. Já naquela época investiu na formação de equipes, treinando-as constantemente e sendo exemplo, demonstrando comprometimento com as ações que disseminavam o princípio que eventos adversos podem ser evitados. O incrível é que, mais de cem anos depois, continuamos aceitando que vários são os fatores humanos que contribuem para o erro: falta ou pouco conhecimento ou habilidade, condições psicológicas (ansiedade, frustação, desatenção), condições fisiológicas (sono, fadiga); além de fatores ambientais (barulhos, calor, estímulo visual) e institucionais (gerenciamento de falhas em equipamentos). Aceita-se, portanto, que não exista segurança absoluta, visto a importância dos fatores humanos nesse processo. Chega-se a afirmar que segurança é o espaço entre dois acidentes. Mas, também já se sabe que achar um "culpado" não resolve o problema e que o trabalho com esse foco-segurança-implica trabalhar em um local (instituição específica), com determinadas pessoas (foco nos indivíduos presentes, que compõem aquele "time" específico) e pela equipe (tornando-a mais atenta às barreiras ou defesas que aumentam a segurança dos pacientes e a própria: identificação, notificação, registro e avaliação dos eventos adversos). * Profª. Titular pela Escola de Enfermagem da USP, com mestrado, doutorado e livre docência na área de comunicação interpessoal. Pesquisadora Nivel 1A pelo CNPq. Autora de vários artigos, capítulos de livros e livros, como: Comunicação tem remédio; O amor é o caminho-maneiras de cuidar; Qual o tempo do cuidar?; NO caminho-fragmentos para ser melhor; entre outros. Atualmente Profª. Senior da USP, praticante de Meditação e Tai Chi Chuan, e-mail: juliaps@usp.br Ninghtingale F. Notas sobre a enfermagem: o que é e o que não é. Loures (Pt): Lusociência; 2005.
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SILVA, M. J. P. da. (2018). COMUNICAÇÃO E A SEGURANÇA DO PACIENTE. UNIFUNEC CIÊNCIAS DA SAÚDE E BIOLÓGICAS, 2(3), 2–4. https://doi.org/10.24980/rfcenf.v2i3.3304
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