A história dos Xavante setentrionais, os A’uwê de Marãiwatsédé, está entre os casos mais graves de violação de direitos humanos do Relatório da Comissão Nacional da Verdade. Embora a sua “pacificação” tenha se iniciado antes, em outro contexto político, a transferência forçada do povo de Marãiwatsédé e a subsequente e impactante morte de dezenas de pessoas ocorreram durante a ditadura militar, por meio de uma aliança entre grupos econômicos poderosos e o poder público. O trauma gerado naquela época se perpetuou nas novas gerações e até hoje não foi plenamente digerido pelo povo Xavante. O artigo traz a público, de modo inédito, parte central dos relatos dos próprios A’uwê sobre as violências ocorridas na década de 60, que estão no “Relatório de Identificação da Área Indígena Marãiwatséde”, o documento pioneiro da FUNAI que deu sustentação sólida ao reconhecimento oficial da Terra Indígena Marãiwatsédé pelos poderes executivo e judiciário.
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Rodrigues, P. D. M. (2018). MARÂIWATSÉDÉ, UMA TRAGÉDIA ANUNCIADA. Espaço Ameríndio, 12(2), 181. https://doi.org/10.22456/1982-6524.83399
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