O problema da fome no planeta ganhou centralidade na agenda do desenvolvimento desde que o pacote químico-mecânico para a agricultura adentrou os países periféricos, pois o número de pessoas com privações extremas aumentou, a despeito do crescimento exponencial da produtividade. Depreende-se que tal malogro resulta da reiterada prescrição da solução, orientada para a segurança alimentar, cujo foco é o abastecimento e a via é o mercado, em si excludente, porque locus por excelência do projeto de acumulação que tem a técnica como elo estruturante, daí os limites das inovações convencionais para a agricultura, seja qual for o incremento de produtividade possível em seu seio. Por isso, vislumbra-se como possibilidade a ser construída aquela que transcenda esse modelo alimentar e que seja capaz de culminar em um modelo de sociedade em que a cooperação e a parcimônia tenham lugar, e que por ora se expressa melhor no conceito de soberania alimentar. Refletir sobre seus respectivos rebatimentos territoriais à luz das relações de classe, das contradições e potencialidades que aí pulsam é o propósito desse texto.
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Paulino, E. T. (2015). Soberania alimentar e campesinato: disputas teóricas e territoriais. GEOgraphia, 17(33), 177. https://doi.org/10.22409/geographia2015.v17i33.a13702
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