Este artigo estuda duas representações da Amazônia e seu potencial para o desenvolvimento produzidas em 1944 como parte da \"Política da Boa Vizinhança\", promovida pelos Estados Unidos durante a II Guerra Mundial. Analisa o filme do Estúdio Disney The Amazon awakens (Ä Amazônia acorda\"), cujo retrato da Amazônia como urbanizada e incipientemente moderna contrasta com a usual atenção dada ao exotismo regional e à alteridade. Ao acentuar o potencial da Amazônia para o progresso, o filme visualiza elementos-chave daquilo que se tornaria conhecido como \"teoria da modernização\", baseada na noção de que todas as pessoas aspiram a um modo de vida mais moderno, e que só precisam da tecnologia e do capital apropriados para repetir a trajetória das sociedades mais ävançadas\". Em seguida, procedemos a uma comparação do filme com o livro de Earl Parker Hanson sobre a Amazônia como uma \"nova fronteira\", o qual, ao mesmo tempo em que coincide com aspectos do filme da Disney, diverge do mesmo no que se refere a aspectos importantes, que indicam as ambivalências presentes nas visões norte-americanas da região. Finalmente, o artigo se debruça brevemente sobre o papel da Guerra Fria no que se refere ao atraso da adoção da teoria da modernização como uma crença central das políticas norte-americanas para a América Latina.
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Weinstein, B. (2007). Modernidade tropical: visões norte-americanas da Amazônia nas vésperas da Guerra Fria. Revista Do Instituto de Estudos Brasileiros, 0(45), 153. https://doi.org/10.11606/issn.2316-901x.v0i45p153-176
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