Esta pesquisa objetivou analisar os processos de criação da RESEX Rio Xingu e a elaboração do seu Plano de Manejo, destacando como se deu a assimilação e repercussão desses processos pelas famílias ribeirinhas locais. A metodologia baseou-se na aplicação de entrevistas semiestruturadas, transcrição das mesmas, observação direta e participante e caminhadas nas áreas de uso das famílias. Foi optado pelo uso de narrativas devido ao fato de estas representarem com maior fidelidade a opinião e realidade vivenciada pelos interlocutores. No caso em estudo, a criação da Unidade de Conservação contribuiu para que fosse modificada a condição de usurpação das terras dos ribeirinhos por grileiros e fazendeiros, entretanto, foram verificadas dificuldades de assimilação pelos moradores da nova conjuntura estabelecida pela criação da RESEX e regras no seu Plano de Manejo, decorrentes, principalmente, da imposição de normatizações relacionadas a práticas tradicionalmente adotadas pelas famílias, o que influenciou no não cumprimento ou no sentimento do direito de não cumprir as regras estabelecidas, mudanças nas relações sociais e externalização de conflitos. Essa repercussão está atribuída, sobretudo, à rapidez com que foi conduzida a criação da área protegida, falhas no processo metodológico de construção do Plano de Manejo, ao comportamento passivo das famílias, quando consultadas, e à falta de maturação no diálogo entre os moradores da Reserva e as instituições envolvidas no processo de criação e gestão da mesma.
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Castro, R. R. A. de, & Oliveira, M. C. C. de. (2016). “Contradições em meio à tradição”: o processo de criação da Reserva Extrativista Rio Xingu, Terra do Meio, Pará, Brasil. Desenvolvimento e Meio Ambiente, 38. https://doi.org/10.5380/dma.v38i0.44800
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