A estrutura psicológica do fascismo

  • Bataille G
  • Reiser B
  • Varandas A
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Abstract

O marxismo, após ter afirmado que em última instância a infraestrutura de uma sociedade determina ou condiciona a superestrutura, não tentou nenhuma elucidação geral das modalidades próprias à formação da sociedade religiosa e política. Ele admitiu igualmente a possibilidade de reações da superestrutura mas, ainda assim, não passou da afirmação para a análise científica. Este artículo apresenta, a propósito do fascismo, uma tentativa de representação rigorosa (senão completa) da superestrutura social e de suas relações com a infraestrutura econômica. Trata-se, contudo, apenas de um fragmento pertinente a um conjunto relativamente importante, o que explica um grande número de lacunas, sobretudo a ausência de qualquer consideração sobre o método*; foi mesmo necessário renunciar aqui a dar uma justificação geral de um ponto de vista novo e limitar-se à exposição dos fatos. Porém, a mera exposição da estrutura do fascismo necessitou, como introdução, de uma descrição de conjunto da estrutura social. Não é preciso dizer que a análise da superestrutura pressupõe o desenvolvimento prévio daquela da infraestrutura, estudada pelo marxismo. Nisso está o principal defeito desta exposição que não deixará de espantar e de chocar pessoas as quais não estejam familiarizadas nem com a sociologia francesa, nem com a filosofia alemã moderna (fenomenologia), nem com a psicanálise. Como indicação, pode-se entretanto insistir no fato de que as descrições seguintes se referem à estados vividos e que o método psicológico adotado exclui qualquer recurso à abstração.

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Bataille, G., Reiser, B., & Varandas, A. (2021). A estrutura psicológica do fascismo. Remate de Males, 41(1), 238–267. https://doi.org/10.20396/remate.v41i1.8664633

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