Os taludes continentais das regiões norte e nordeste brasileira carecem de dados e conhecimento e representam um ecossistema de importância econômica e ambiental. O objetivo deste estudo é avaliar a sedimentologia do talude continental da Bacia Potiguar, nordeste do Brasil. As amostras foram coletadas com amostrador box-corer e foram analisadas quanto a granulometria, teor de carbonato de cálcio e teor de matéria orgânica. Análises de microscopia eletrônica de varredura e difratometria de raios X também foram realizadas a fim de reconhecer os constituintes sedimentares das amostras em questão. A cobertura sedimentar apresenta diminuição do tamanho de grão à medida que a profundidade aumenta e é representada por quatro fácies sedimentares: silte, silte arenosa, areia siltosa e areia com cascalho. O teor de carbonato de cálcio é moderado a alto (37-93,2 %) e o teor de matéria orgânica é baixo (4,6-14,5 %). O talude continental é considerado misto, pois os sedimentos são compostos por siliciclásticos e bioclásticos. Dentre os siliciclásticos destacam-se Quartzo e Argilominerais. Os minerais acessórios são Ilmenita, Zircão, Titanita, Muscovita, Biotita, Glauconita, Estaurolita, Cordierita, Siderita, Rutilo, Magnetita, Turmalina, Pirita, Monazita e Barita. Bioclásticos são representados pelos briozoários, esponjas, foraminíferos, anelídeos (tubos de poliquetas), nemátodas, moluscos e diatomáceas. A presença de minerais estáveis (Zircão, Turmalina e Rutilo) indica a contribuição dos rios Açu e Apodi através dos vales incisos e canyons submarinos na sedimentação da área de estudo.
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ALMEIDA, N. M. de, VITAL, H., & EICHLER, P. P. B. (2017). Aspectos sedimentológicos do talude continental setentrional do Rio Grande do Norte, NE do Brasil. Pesquisas Em Geociências, 44(3), 537. https://doi.org/10.22456/1807-9806.83277
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