A “era da Informação” constituiu tema de uma extensa pesquisa de Castells, no final dos anos 1980. Várias das implicações debatidas por este autor naquela altura são hoje observáveis, principalmente nas tendências de precarização das atividades de produção da informação. Perante a procura cada vez mais acentuada de informação, as empresas de comunicação, as televisões, os jornais impressos e online desenvolvem métodos terceirizados de produção e informação que consistem em recrutar, através de concursos, uma elite letrada de outros países para produzir “notícias locais” de qualidade. Neste artigo debruçamo-nos sobre um caso concreto de terceirização de informação a partir de uma plataforma de bloggers recrutados essencialmente em África. Com base na análise de entrevistas realizadas com dez desses bloggers, mostramos, ainda que de forma exploratória, os conflitos emergentes desse processo de produção terceirizada da informação. Na problematização mobilizamos conceitos desenvolvidos na área da sociologia do trabalho, bem como outras produções teóricas recentes sobre a precarização do trabalho informacional.
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Matos, T. C. F., & Rhukuzage, S. K. (2015). A informação terceirizada: identidade e trabalho não pago na era do jornalismo digital. Comunicação e Sociedade, 28, 339–358. https://doi.org/10.17231/comsoc.28(2015).2285
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