Quem inventou a fome são os que comem: da invisibilidade à enunciação – uma discussão necessária em tempos de pandemia

  • Frutuoso M
  • Viana C
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Este texto tem o objetivo de discutir a importância da enunciação da fome com base na emergência da pandemia de Covid-19. Para tanto, apresenta um breve histórico sobre o uso dos termos fome e (in)segurança alimentar e nutricional, partindo da pioneira experiência brasileira de Josué de Castro e do pressuposto que nomear ou não a ausência regular de comida em quantidade suficiente para manutenção da vida como fome é um ato ético-político, com implicações diretas na construção de programas e políticas públicas para garantia do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) e Segurança Alimentar e Nutricional (SAN). Discute a concomitância da fome estrutural e conjuntural, que aponta para a nomeação da fome, não somente como conceito, mas como experiência, um dos caminhos de resistência para os conceitos técnicos, as teorias conformistas ou as produções colonialistas daqueles que comem.This text discusses the importance of the enunciation of hunger during the health emergency caused by the Covid-19 pandemic. To this end, we present a brief overview of the use of the terms hunger and food and nutrition (in)security, drawing on the pioneering experience of the Brazilian doctor Josué de Castro and the assumption that naming or not the absence of regular food in sufficient quantities to sustain life as hunger is a political and ethical act that has direct implications on the construction of public programs and policies to guarantee the human right to adequate food and food and nutritional security. We discuss the concomitance of structural and systemic hunger, not only as a concept, but also as an experience, and as one of the pathways to resistance against technical concepts, conformist theories and colonialist production.Este texto tiene el objetivo de discutir la importancia de la enunciación del hambre a partir del surgimiento de la pandemia de Covid-19. Para ello, presenta un breve historial sobre el uso de los términos hambre e (in)seguridad alimentaria y nutricional, partiendo de la pionera experiencia brasileña de Josué de Castro y de la presuposición de que nombrar o no la ausencia regular de comida en cantidad suficiente para el mantenimiento de la vida como hambre es un acto ético-político, con implicaciones directas para la construcción de programas y políticas públicas para garantía del Derecho Humano a la Alimentación Adecuada y Seguridad Alimentaria y Nutricional. Discute la concomitancia del hambre estructural y coyuntural que señalan para el nombramiento del hambre, no solo como concepto, sino como experiencia, como uno de los caminos de resistencia para los conceptos técnicos, las teorías conformistas o las producciones colonialistas de quienes comen.

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Frutuoso, M. F. P., & Viana, C. V. A. (2021). Quem inventou a fome são os que comem: da invisibilidade à enunciação – uma discussão necessária em tempos de pandemia. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, 25. https://doi.org/10.1590/interface.200256

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