Análise de custo-efetividade da terapia renal substitutiva contínua versus intermitente para pacientes graves com lesão renal aguda, na perspectiva do Sistema Suplementar de Saúde brasileiro Cost-effectiveness analysis of continuous versus intermittent renal replacement therapy for critically ill acute kidney injury patients under the perspective of the Brazilian Private Healthcare System Objetivo: O objetivo deste estudo é comparar custos e desfechos da Terapia de Substituição Renal Contínua (CRRT) versus Hemodiálise Intermitente (IRRT) em pacientes com lesão renal aguda sob a perspectiva do sistema suplementar de saúde no Brasil. Métodos: Um modelo analítico de decisão foi desenvolvido baseado nos resultados clínicos encontrados no estudo de Ethgen et al., 2015. Este estudo seguiu o padrão CHEERS (Consolidated Health Economic Evaluation Reporting Standards) para reportar a avaliação econômica. Quando a lesão renal aguda ocorre na UTI, inicia-se a CRRT ou IRRT. Definiu-se que o tempo de internação hospitalar e o tempo em UTI foram os mesmos para as duas modalidades. O modelo também assumiu que, se os pacientes ficassem dependentes de diálise, eles não recuperavam sua função renal e permaneciam em diálise ou evoluíam a óbito. O horizonte do estudo foi de 1 ano, 5 anos (caso-base) e 20 anos. Apenas custos diretos para o sistema privado foram considerados. Para desfechos clínicos (utilities), a referência foi o estudo de Klarenbach & Manns, 2009. Conforme diretrizes brasileiras de avaliação de tecnologias em saúde, tanto custos como desfechos foram descontados à taxa de 5% ao ano com análise de sensibilidade na faixa de 0% a 10% ao ano. Além disso, foram realizadas duas análises de sensibilidade: uma univariada e outra determinística bivariada considerando os dois parâmetros-chave que diferenciam CRRT de IRRT: a diferença de custo de implementação por dia e o risco cumulativo de dependência de diálise. Am-bas as análises foram rodadas com o horizonte de tempo de 1 ano, 5 anos e de tempo total de vida. Para determinar se o tratamento era custo-efetivo, conforme práticas locais, utilizou-se o limiar de três vezes o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, qual seja R$ 84.741 (3 x R$ 28.247). Resultados: Quando se compara CRRT à IRRT para o tratamento inicial da lesão renal aguda, CRRT é dominante versus IRRT a partir de 17 meses de tratamento. Com base nas premissas deste estudo, a coorte de pacientes inicialmente tratada com CRRT tem melhores desfechos clínicos (QALYs – Anos de Vida Ajustados pela Qualidade) e custos totais de tratamento mais baixos. Pacientes tratados com CRRT têm maior probabilidade de recuperar a função renal. Conclusão: Os resultados sugerem que CRRT, quando comparada à IRRT, pode ser considerada uma terapia preferencial, ou seja, apresenta me-lhores desfechos com menor custo total de tratamento, sob a perspectiva do sistema suplementar de saúde no Brasil.
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Ramirez, M. (2017). Análise de custo-efetividade da terapia renal substitutiva contínua versus intermitente para pacientes graves com lesão renal aguda, na perspectiva do Sistema Suplementar de Saúde brasileiro. Jornal Brasileiro de Economia Da Saúde, 9(2), 152–158. https://doi.org/10.21115/jbes.v9.n2.p152-8
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