FÁCIES, ICNOFÓSSEIS, PALEOCORRENTES E SISTEMAS DEPOSICIONAIS DA FORMAÇÃO FURNAS NO FLANCO SUDESTE DA BACIA DO PARANÁ

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A origem da Formação Furnas (Neo-Siluriano?/Eodevoniano) é assunto controverso. Com o objetivo de interpretar o paleoambiente deposicional, foi realizada análise de fácies na faixa aflorante no flanco sudeste da bacia do Paraná, onde a Formação Furnas foi subdividida em três unidades, caracterizadas por associações faciológicas distintas. A unidade inferior é constituída por arenitos e conglomerados depositados em extensas planícies aluviais costeiras. Paleocorrentes deduzidas das camadas frontais dos estratos cruzados permitiram deduzir paleomergulho deposicional para oeste, área-fonte a leste e paleolinha de costa aproximadamente norte-sul. A unidade média é constituída por camadas de arenitos com estratificação cruzada separadas por níveis pelíticos, sob os quais é comum a existência de icnofósseis. A presença dos icnogêneros Rusophycus e Cruziana, traços fósseis que em unidades eo- a mesopaleozóicas são atribuídos à atividade de trilobitas, corrobora a interpretação de origem marinha para estes arenitos. Paleocorrentes dirigidas para sudoeste são consideradas produto da migração de barras por correntes de maré obliquas à linha de costa. A unidade superior caracteriza-se pela presença de depósitos residuais de seixos, delgados e extensos, que ocorrem como pavimentos separando cosets de arenito com estratificação cruzada, cujas paleocorrentes apresentam grande dispersão de dados e padrões bimodais a polimodais. Os depósitos residuais foram produzidos pelo joeiramento dos sedimentos do fundo com o aumento da amplitude das ondas durante tempestades, numa plataforma arenosa rasa dominada por correntes de maré. A seção-tipo das três unidades é a do canyon do Guartelá (rio lapó), onde foi levantado um perfil estratigráfico vertical da Formação Furnas com cerca de 250 m de espessura. As três unidades foram reconhecidas em perfis de poços no oeste do Estado do Paraná, evidenciando que a subdivisão proposta tem expressão regional.

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ASSINE, M. L. (1999). FÁCIES, ICNOFÓSSEIS, PALEOCORRENTES E SISTEMAS DEPOSICIONAIS DA FORMAÇÃO FURNAS NO FLANCO SUDESTE DA BACIA DO PARANÁ. Revista Brasileira de Geociências, 29(3), 357–370. https://doi.org/10.25249/0375-7536.199929357370

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