O presente artigo empresta a metodologia da história conceitual assim como os achados substantivos do principal ensaio de história conceitual sobre o conceito de modernidade, de autoria de Hans Ulrich Gumbrecht, para articular uma crítica ao uso contemporâneo do conceito de “modernidade” por parte da sociologia, com ênfase para a sociologia brasileira. Mostro que dois significados fundamentais historicamente associados ao conceito se encontram replicados no material sociológico de maneira não reflexiva: o de moderno como oposto ao tradicional em um esquema temporal evolutivo linear, e o de modernidade no sentido de período transitório que se opõe ao eterno inamovível. A falta de reflexividade crítica acerca do conceito e a pletora de significados a ele atribuídos conduzem a um resultado contrário ao que se espera de um conceito “analítico”. Em vez de clareza, temos confusão e a importação implícita e universalização de grandes narrativas européias etnocêntricas, que a sociologia usa como medida para a avaliação de sociedades não-ocidentais.
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Feres Junior, J. (2010). Introdução a uma Crítica da Modernidade como Conceito Sociológico. Mediações - Revista de Ciências Sociais, 15(2), 28. https://doi.org/10.5433/2176-6665.2010v15n2p28
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