Este trabalho trata da pulverização de agrotóxico, por meio de avião agrícola, sobre a Escola Municipal Rural São José do Pontal, localizada no Assentamento Pontal do Buriti, município de Rio Verde-GO, ocorrido na manhã de uma sexta-feira, no início do mês de maio de 2013. A grave situação analisada reflete a estrutura de um modelo de produção agrícola hegemônico e suicida, que predomina na região e é imposto à zona rural. Além disso, há morte real das vozes que ousam lutar na busca de tratamento de saúde adequado para as pessoas atingidas, pois são vozes de membros da comunidade do próprio assentamento, que não têm vez na mídia e são intermediados por parlamentares ou pelo Ministério Público. A mídia silencia sobre a responsabilização de quem deu causa à pulverização aérea de agrotóxico, que intoxicou pessoas e contaminou o ambiente escolar e da comunidade do assentamento. Limitou-se a noticiar que houve prisões e solturas, mediante pagamento de fiança. Porém, o debate tímido e insuficiente sobre os problemas trazidos pelo agronegócio foi iniciado com alguns representantes do povo. Nesse sentido, esse trabalho tem por objetivo identificar o que foi relatado na mídia sobre o caso, estabelecer um registro mnemônico sobre as tentativas de ações para providenciar o tratamento de saúde das vítimas, no período entre 3 de maio de 2013 e 29 de outubro do mesmo ano, e iniciar a reflexão sobre o fato a partir de estudo bibliográfico.
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OLIVEIRA, L. C. de. (2014). Intoxicados e silenciados: contra o que se luta? Tempus Actas de Saúde Coletiva, 8(2), 109. https://doi.org/10.18569/tempus.v8i2.1515
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