A entrada do estudante no ensino superior é um momento importante na vida do sujeito, com impacto nas dimensões profissional e pessoal. Tem-se como objetivo geral deste estudo, de cunho qualitativo, compreender como o ingresso no ensino superior configura a constituição do sujeito como estudante, pela perspectiva teórica da Psicologia Escolar Crítica. Participaram desta pesquisa três ingressantes do curso de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Brasil. As entrevistas tiveram como mote o ingresso na universidade e ocorreram em três ocasiões distintas: o início e o fim do primeiro semestre, e o início do segundo semestre no curso. Com base nos pressupostos da Psicologia Escolar Crítica e do livro de Alain Coulon, A condição de estudante: a entrada na vida universitária, elegemos quatro eixos de análise: a) tempo da hesitação; b) tempo do estranhamento; c) tempo da aprendizagem; e d) tempo da afiliação. Esses tempos abordam o momento anterior à entrada e a escolha profissional; o estranhamento provocado pela necessidade de compreender regras e normas institucionais; a aprendizagem do ofício de estudante e a apropriação das normas e de questões relativas à universidade bem como a aprendizagem de conceitos científicos, relações com colegas, docentes e coordenador de curso. Acreditamos que a presença e o trabalho do psicólogo escolar no ensino superior mostram-se imprescindíveis nesse nível de ensino que, além de envolver processos de escolarização e humanização, é responsável pela formação profissional de um cidadão, que precisa ser cuidado em seus aspectos cognitivos, afetivos, sociais, éticos e estéticos.
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Silva, L. S., & Silva, S. M. C. da. (2020). A APRENDIZAGEM DO OFÍCIO DE ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO: TEMPOS DE CONSTITUIÇÃO DO INGRESSANTE NO ENSINO SUPERIOR. Psicologia Em Revista, 25(3), 960–978. https://doi.org/10.5752/p.1678-9563.2019v25n3p960-978
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