Tendo em vista as transformações nas macroestruturas e seus impactos sobre a forma como os indivíduos – jovens ou não – relacionam-se com o trabalho e o futuro (especialmente o profissional) nas sociedades capitalistas, este artigo analisa a maneira como os jovens universitários de estratos médios do Rio de Janeiro atuam e se posicionam diante da demanda de se tornarem produtivos, bem como o lugar e as condições de construção de um projeto profissional no contemporâneo. Utilizou-se o paradigma metodológico de pesquisa-ação, cuja abordagem empírica constituiu-se de uma intervenção junto a jovens estudantes de duas universidades, no âmbito de uma disciplina especificamente criada para se discutir o projeto de vida profissional. Entre os principais resultados desse estudo, destacam-se as mudanças relativas à construção de um projeto profissional baseado em princípios de racionalização, antecipação e adequação. O projeto passa a ter algum sentido se entendido como forma de construção, interlocução e representação de desejos de realização dos indivíduos, num processo que os leva a reexaminarem suas possibilidades e limitações, e sua própria posição diante da vida. Neste reexame as incertezas dos jovens diante das novas engrenagens produtivas são apreendidas como fonte de compreensão da inter-relação que estabelecem com a conjuntura social, e não apenas como algo que deva ser corrigido ou eliminado.
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Dib, S. K., & Castro, L. R. de. (2010). O trabalho é projeto de vida para os jovens? Cadernos de Psicologia Social Do Trabalho, 13(1), 01. https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.v13i1p01-15
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