Repertórios do conhecimento em disputa: trabalhadores indígenas e agricultores no colonialismo português em Angola, 1950

  • Abrantes C
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Abstract

O conhecimento científico produzido no colonialismo português contribuiu para reforçar a ideia de superioridade racial e missão histórica do povo português para a ocupação de territórios ultramarinos, em especial no continente africano. Com o objetivo de explicitar as agências e a complexidade da dominação colonial, este artigo se propõe a analisar a expansão portuguesa em Angola a partir de um contexto particular dos anos 1950: o ensino superior colonial em Lisboa. Os repertórios dos alunos de uma instituição de ensino voltada para a formação de quadros para as colônias revelam o modo como o saber contribuiu para ampliar as redes de administração e promover o Estado colonial em Angola. Em meio à disputa sobre os modos de representar as populações angolanas – trabalhadores indígenas e agricultores – emergem os projetos de educação para a colônia como solução para manter os africanos como mão de obra para a economia colonial.In the Portuguese colonialism, knowledge was produced to reinforce the racial superiority and the nation´s historical mission to occupy foreign territories. This article explores the colonial experience in a particular context of the Portuguese expansion in Angola: the higher colonial education in Lisbon. The work of students of the Instituto Superior de Estudos Ultramarinos (ISEU) reveals some of the paths in which knowledge contributed to amplify the administration network and promote the colonial State in Angola. Through contentious repertories, the colonial population was represented – indigenous workers and peasants – and new educational projects emerged for Angola in the end of the 1950s as a solution to maintain the Africans as workforce to the colonial economy.

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Abrantes, C. S. A. (2015). Repertórios do conhecimento em disputa: trabalhadores indígenas e agricultores no colonialismo português em Angola, 1950. Anuário Antropológico, v.39 n.1, 195–218. https://doi.org/10.4000/aa.678

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