OBJETIVO: Investigar se o índice de resistência (IR), nas primeiras 72 horas de vida de neonatos com lesão da substância branca (LSB) cerebral, correlaciona-se com evolução desfavorável da LSB. MÉTODOS: Estudo retrospectivo. Identificaram-se os neonatos com LSB pelo laudo da ultra-sonografia craniana e foram selecionados aqueles com estudo do Doppler e medida do IR. Os neonatos foram divididos em três grupos: aqueles com IR baixo (< 0,61), normal (0,61-0,85) e alto (> 0,85). A amostra foi analisada como um todo, e, posteriormente, estratificada por peso de nascimento. RESULTADOS: O fluxo sangüíneo cerebral medido pelo IR foi anormal em 46 (68,7 por cento), sendo que em 42 (62,7 por cento) estava baixo, e em quatro (6 por cento), alto. Dentre aqueles com baixo IR, 15 (35,7 por cento) tiveram evolução desfavorável, com sinais ultra-sonográficos de atrofia cerebral em 10 (23,8 por cento) e hemorragia intraventricular em cinco (11,9 por cento). Os quatro neonatos com alto IR tiveram evolução desfavorável, sendo um (25 por cento) com sinais de atrofia cerebral e três (75 por cento) com hemorragia intraventricular. Não houve diferenças estatisticamente significantes entre os grupos de IR em relação à evolução para o óbito. CONCLUSÃO: O estudo demonstrou que, entre neonatos com LSB cerebral, o IR alterado nas primeiras 72 horas esteve associado com complicações na evolução dessa lesão. A alteração do IR não se associou à evolução para o óbito. Portanto, a medida do IR é importante parâmetro a ser avaliado em neonatos.
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Argollo, N., Lessa, I., & Ribeiro, S. (2006). Medidas do índice de resistência ao Doppler craniano em recém-nascidos pré-termo com lesão da substância branca cerebral. Jornal de Pediatria, 82(3), 221–226. https://doi.org/10.1590/s0021-75572006000300012
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