Até o m om ento, são desconhecidos os meca nismos mediante os quais o T. cruzi abandona o sangue, atravessa a parede capilar e entra nas célu las. Também, são pouco sabidos os mecanismos pelos quais cumpre o caminho inverso: do interior das células para a corrente circulatória. Experiên cias in vitro5 parecem m ostrar que a penetração das formas epimastigotas e amastigotas nas células se faz por endocitose, e que duas horas após a penetração os parasitas seriam envolvidos por uma membrana, que os separa dos orgânulos citoplas-máticos. Posteriormente, essa membrana envoltó-ria se fragmentaria e os parasitas ficariam livres no citoplasma celular. É sabido que, in vitro, logo após sua entrada nas células as formas tripomastigotas se transfor mam em amastigotas e que estas se multiplicam, por divisão binária, a cada 12 horas4. Dependendo do tamanho das células parasitadas, cada um a delas pode conter um máximo de 500 amastigotas; ou seja, segundo Dvorak3, ocorrem nove gerações antes do rompimento da célula e da liberação dos parasitas. A presença ou não de formas epimastigotas típicas na célula hospedeira de vertebrados é controvertida. Tudo parece indicar, porém, que a transformação dos amastigotas se inicia imediata mente antes de ser atingido o ponto crítico para o rompimento da célula, quando esta se acha cheia de parasitos. A transformação seria m uito rápida. Seria esse, possivelmente, o motivo, segundo a opinião de Elkeless2, e a nossa, pelo qual a m eta morfose e a presença intracelular de tripomastigo tas são detectados tão raramente. De fato, a revi são de nossas fotografias, arquivadas desde 1964 e referentes à fase aguda de infecção experimental em camundongos, confirmou que as células parasi tadas contendo ninhos de amastigotas não mos tram sinais de ruptura (da membrana plasmática) e não liberam parasitas. À s amastigotas íntegras induzem lise do citoplasma mie as circunda, for mando-se ao redor da colônia parasitária intrace lular um halo claro, sem densidade eletrônica. É im portante assinalar que nesse halo se encontram livres, componentes do citoplasma celular, em várias fases do processo lítico; as mitocôndrias são as que mais resistem à destruição sendo encon tradas, com freqüência, algumas relativamente bem conservadas.
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Tafuri, W. L., Chiari, E., & Raso, P. (1983). Ciclo intracelular do Trypanosoma cruzi e sua importância na patogênese da doença de Chagas. Revista Da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 16(4), 219–221. https://doi.org/10.1590/s0037-86821983000400009
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