O conceito de "desempenho executivo" se refere a uma coleção de habilidades cognitivas essenciais para a organização do funcionamento mental e comportamental. Investigamos o desempenho executivo de 61 adultos normais com dois testes padrão, o Teste de Wisconsin (TW) e a Torre de Londres (TL). Nosso propósito consistiu em testar as hipóteses de que (i) o desempenho executivo é constituído de dimensões múltiplas como ocorre, por exemplo, com a memória e a linguagem; (ii) o desempenho executivo de indivíduos normais está relacionado, ao menos em parte, com o sucesso ocupacional do indivíduo. A ausência de correlação estatística entre o TW e a TL indicou que o desempenho executivo constitui-se de fatores múltiplos, possivelmente estruturados sobre circuitos neurais em larga medida independentes. Em segundo, o desempenho dos homens foi superior ao das mulheres nos problemas mais exigentes (problemas com 4 e 5 ações mínimas) da TL. Finalmente, o grau de ajuste ocupacional se correlacionou significativamente com a parte difícil da TL. Estas verificações ajudam a explicar certas dissociações do comportamento executivo frequentemente observadas na clínica, sendo certas tarefas atingidas seletivamente. Indicam também que apenas certos módulos executivos se relacionam mais diretamente com a capacidade de ajuste à vida cotidiana. Se replicado, este achado poderá ser útil na previsão de sucesso em programas de reabilitação cognitiva.The concept of "executive behavior" encompasses a set of abilities which are critical for the organization of thought and behavior. To test the hypothesis that executive behavior is composed of multiple modules we investigated the performance of 61 normal adults on two widely used executive tasks, the Wisconsin Card Sorting (WCST) and the Tower of London (TOL) tests. We hypothesized that if executive behavior were composed of multiple modules, the main dimensions of each task would be weakly, if at all, statistically related. We also tested the hypothesis that occupational functioning would be related to executive performance. Our results revealed no significant association between the WCST and TOL tasks, favoring the idea that executive behavior is made up of multiple neuropsychological dimensions. Secondly, men fared significantly better than women on the difficult (4 and 5-moves) TOL puzzles. Finally, there was a significant association between performance on the difficult TOL puzzles and level of occupational functioning. These findings may explain certain dissociations in executive behavior commonly observed in patients with focal or diffuse brain damage. If replicated, they might be useful in the prediction of success in cognitive rehabilitation programs.
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Souza, R. de O., Ignácio, F. de A., Cunha, F. C. R., Oliveira, D. L. G. de, & Moll, J. (2001). Contribuição à neuropsicologia do comportamento executivo: Torre de Londres e teste de Wisconsin em indivíduos normais. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, 59(3A), 526–531. https://doi.org/10.1590/s0004-282x2001000400008
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