Objetivo: avaliar o conhecimento do cirurgião-dentista em relação a crianças e adolescentes que apresentaram alguma suspeita ou sinal de maus-tratos e verificar se esses profissionais relataram essa violência aos órgãos competentes. Materiais e método: aplicou-se um questionário com 238 cirurgiões-dentistas, incluindo 4 estados brasileiros, que previamente consentiram em participar da pesquisa. O questionário foi composto de perguntas abertas e fechadas acerca do assunto, bem como de figuras para identificação de maus-tratos. Os dados coletados foram digitados em um banco de dados no programa Microsoft Excel e analisados no programa Statistical Package for the Social Science (SPSS) 20.0. Resultados: a maioria dos cirurgiões-dentistas afirmou já ter realizado algum atendimento odontológico pediátrico em seu consultório e não ter reconhecido um caso suspeito de maus-tratos. Dos profissionais que já reconheceram um caso suspeito, 28,6% não souberam como proceder. Quando foi mostrada a cartilha de maus-tratos para todos os profissionais, incluindo aqueles que nunca atenderam crianças, 64,7% souberam reconhecer os sinais de maus-tratos demonstrados nas ilustrações. Conclusão: mesmo que os dentistas se considerem capazes de identificar casos de maus-tratos de crianças, ainda existe uma porcentagem de casos sem encaminhamentos às autoridades judiciais. É necessário que os profissionais recebam mais informações sobre a necessidade de estar alerta para a detecção de casos suspeitos de maus-tratos de crianças e adolescentes, bem como para o seu dever legal de relatar tais casos às autoridades.
CITATION STYLE
Mattes da Silva, A., Santos, J., & Almeida, L. H. (2019). Conhecimento do cirurgião-dentista acerca de maus-tratos à criança e ao adolescente. Revista Da Faculdade de Odontologia - UPF, 24(2), 250–255. https://doi.org/10.5335/rfo.v24i2.10446
Mendeley helps you to discover research relevant for your work.