Comunidades de matriz africana possuem saberes tradicionais quanto ao uso de plantas alimentícias não-convencionais (PANC) e plantas medicinais, o que as transformam em um importante foco para estudos etnobotânicos e etnofarmacológicos. Para que tais estudos possam ser plenamente desenvolvidos, é necessário conhecer o contexto social e as identidades culturais destas comunidades, sua inter-relação com as plantas (alimentícias e medicinais), sua linguagem e construção conceitual dos processos de saúde e doença. Estes últimos perpassam os âmbitos físico, mental e espiritual, de forma integradora, por vezes, se contrapondo ao paradigma de diferenciação entre nutrição e terapêutica associado ao pensamento ocidental moderno. Com este intuito, foi realizada uma revisão bibliográfica em diversos estudos que discorrem sobre os saberes tradicionais destas comunidades quanto às PANC e às plantas medicinais. Também procuramos investigar as potencialidades e os desafios no desenvolvimento de novos estudos etnofarmacobotânicos, na promoção, divulgação e preservação destes saberes (fruto das peculiaridades de suas identidades socioculturais e religiosas), assim como nas contribuições sociais que eles podem representar para estas comunidades.
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Da Silva, A. S. L., De Carvalho, M. L. S., & De Jesus, C. M. (2021). Saberes tradicionais das comunidades de matriz africana e estudos etnodirigidos: potencialidades e desafios / Traditional knowledge from communities of african origin and ethnodirected studies: potentialities and challenges. Brazilian Journal of Development, 7(9), 93373–93383. https://doi.org/10.34117/bjdv7n9-483
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