Queremos com este artigo analisar a BCNN buscando detectar nela a existência de uma intenção de tratamento integrado à infância de 0 a 12 anos, o que envolve uma necessária articulação entre a educação infantil e o ensino fundamental que supere as rupturas que têm marcado a educação básica e que distanciam e, por vezes, antagonizam as propostas pedagógicas tanto internamente na Educação Infantil – quando se constata um hiato entre o tratamento dispensado às crianças de 0 a 3 anos e depois entre 4 a 6 anos – como entre esta e o Ensino Fundamental. Entendemos que sem esta articulação intencionalmente pensada no nível dos conceitos - que apontem para a criança de 0 a 12 anos como uma mesma criança que passa por diferentes unidades educacionais - e explicitamente apontada no texto do documento, o ensino fundamental continuará a pressionar a educação infantil no sentido de antecipar aprendizagens próprias do ensino fundamental, especialmente quando consideramos a idade de ingresso das crianças no Ensino Fundamental. Por isso, para dimensionar a proposição e as condições para a concretização da educação infantil do ponto de vista do que propõe o documento da BNCC, não basta olhar apenas para a educação infantil: é urgente observar também o que se propõe ao ensino fundamental. Para a discussão a que nos propomos, nosso olhar será orientado pela teoria histórico-cultural.
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Mello, S. A., & Da Silva, G. F. (2016). BNCC: UM CURRÍCULO INTEGRADOR DA INFÂNCIA BRASILEIRA? Debates Em Educação, 8(16), 66. https://doi.org/10.28998/2175-6600.2016v8n16p66
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