Tempo dedicado ao trabalho e tempo livre: os processos sócio-históricos de construção do tempo de trabalho

  • Faria J
  • Ramos C
N/ACitations
Citations of this article
32Readers
Mendeley users who have this article in their library.

Abstract

O presente ensaio tem como propósito discutir como o tempo de trabalho ultrapassa o tempo formal da jornada de trabalho a partir das três seguintes categorias de análise: 1. tempo de trabalho socialmente necessário ou simplesmente tempo de trabalho necessário, 2. tempo dedicado ao trabalho ou tempo disponível e 3. tempo livre (que compreende o chamado "tempo socialmente supérfluo", quando se refere ao tempo ocioso, e o "tempo socialmente disponível", o qual é mediado pela velocidade decorrente das transformações emergentes no mundo contemporâneo). O conceito de tempo empregado neste ensaio parte de uma concepção que possibilita apreender essa categoria como construção social e histórica, e não como uma categoria abstrata arbitrária. Neste ensaio, serão tratadas as concepções de construção temporal, tempo de trabalho e tempo livre, com o propósito de entender como a fronteira do tempo de trabalho invadiu sutilmente o tempo livre do sujeito trabalhador, tornando esses tempos fluidos, tensos, urgentes e flexíveis. Tempo aprisionado não por um controle minucioso da atividade, para adaptar o corpo ao exercício do trabalho, mas por dispositivos que mobilizam o sujeito a partir de objetivos e projetos, canalizando o conjunto de suas potencialidades para fins do capital. Os argumentos desenvolvidos aqui permitem sugerir que o tempo de trabalho necessário corresponde àquele em que o trabalhador produz o equivalente ao seu próprio valor. Tempo excedente é aquele que extrapola o tempo necessário de trabalho. Dessa forma, o tempo de trabalho necessário não constitui, no sistema de capital, o tempo de trabalho ou tempo disponível de trabalho, pois este engloba igualmente o tempo necessário e o tempo excedente de trabalho.Este ensayo tiene como objetivo discutir cómo el tiempo de trabajo excede el tiempo de trabajo formal de las siguientes tres categorías de análisis: 1. el tiempo de trabajo socialmente necesario o simplemente las horas de trabajo requeridas, 2. el tiempo dedicado al trabajo o tiempo disponible y 3. tiempo libre (que comprende el denominado "tiempo socialmente prescindible", al referirse al tiempo de inactividad, y "tiempo socialmente disponible" que es mediada por la velocidad resultante de las transformaciones emergentes en el mundo contemporáneo). El concepto de tiempo referido en este ensayo parte de una concepción que permite capturar esta categoría como construcción social e histórica y no como una categoría abstracta arbitraria. En este ensayo se tratarán de los conceptos de construcción temporal, tiempo de trabajo y tiempo libre, tratando de comprender cómo la frontera del tiempo de trabajo sutilmente invadió el tiempo libre del trabajador, haciendo estos tiempos líquidos, tensos, urgentes y flexibles. Este tiempo es aprisionado no por un control exhaustivo de la actividad, para adaptar el cuerpo al trabajo, pero por dispositivos que movilizan el trabajador a partir de los objetivos y proyectos, canalizando todo su potencial para fines del capital. Los argumentos desarrollados en este ensayo sugieren que el tiempo de trabajo debe corresponder al tiempo en que el trabajador produce el equivalente a su propio valor. El tiempo excedente es el que va más allá de los plazos requeridos. De esta manera, el tiempo de trabajo necesario no constituye, en lo sistema de capital, el tiempo de trabajo o el tiempo disponible, porque esto también incluye el tiempo necesario y el tiempo excedente de trabajo.This essays aims to discuss how working time exceeds the formal working time from the following three categories of analysis: 1. working time socially necessary or simply working times required, 2. time devoted to work or time available and 3. free time (which comprises the so-called "time socially expendable", when referring to the idle time and "time socially available", which is mediated by the speed resulting from the emerging transformations in the contemporary world). The concept of time spent in this essay is part of a theoretical design that tries to capture this category as social and historical construction and not as an abstract arbitrary category. This will be dealt with the conceptions of the temporal structure of working time and free time, trying to understand how the border of working time invaded subtly the spare time of the subject employee, making these fluid times, tense, urgent and flexible. This time trapped not by a thorough control of the activity, to adapt the body to work, but for devices that mobilize the subject from goals and projects, channeling all of their potential for capital purposes. The arguments developed in this essay let suggest that working time must correspond to that time in which the worker produces the equivalent to your own value. Over time is the one that goes beyond the time required. In this way, the working time required does not constitute, in the capital system, working time or time available, because this also includes the time needed to produce the worker own value and the work over time.

Cite

CITATION STYLE

APA

Faria, J. H. de, & Ramos, C. L. (2014). Tempo dedicado ao trabalho e tempo livre: os processos sócio-históricos de construção do tempo de trabalho. RAM. Revista de Administração Mackenzie, 15(4), 47–74. https://doi.org/10.1590/1678-69712014/administracao.v15n4p47-74

Register to see more suggestions

Mendeley helps you to discover research relevant for your work.

Already have an account?

Save time finding and organizing research with Mendeley

Sign up for free