A previsão de vazão pode ser realizada a curto e a longo prazo. Usualmente a previsão a curto prazo é realizada com antecedência de algumas horas ou alguns dias. A previsão de longo prazo, também chamada previsão sazonal, envolve a previsão com antecedência de alguns meses, também chamada de previsão sazonal. A previsão sazonal geralmente se baseia nas estatísticas das séries hidrológicas. Com o aprimoramento dos modelos climáticos aumentou a potencialidade da previsão de vazões de longo prazo com base em modelos determinísticos climáticos e hidrológicos. Numa seqüência de dois artigos é apresentado um exemplo do uso integrado de um modelo climático e um hidrológico para previsão sazonal de vazão na bacia do rio Uruguai. Neste primeiro artigo é apresentada a etapa de calibração do modelo hidrológico de grandes bacias (MGB) no Alto Uruguai. No artigo seguinte é apresentada a previsão e a avaliação dos seus resultados. O ajuste do modelo foi realizado em duas etapas: (a) utilização de parâmetros de uma bacia vizinha e; (b) calibração automática multi-objetivo baseada em um algoritmo genético. O primeiro permite avaliar a capacidade do modelo de extrapolar resultados e o segundo a capacidade da otimização para obter um ajuste único para o conjunto de postos da bacia. O ajuste foi verificado em vários postos fluviométricos com resultados bons, tanto nos hidrogramas como na curva de permanências e nas estatísticas das séries. Palavras-chaves: previsão sazonal, modelo hidrológico distribuído. PREVISÃO DE VAZÃO A previsão hidrológica é a estimativa com uma determinada antecedência da vazão ou nível de um determinado rio, lago ou reservatório. A previ-são pode ser realizada em curto prazo (horas ou até pouco dias), também chamada de previsão em tempo real, ou longo prazo, em que o horizonte de previsão é de algumas semanas ou meses. Historicamente as previsões de longo prazo estiveram baseadas em: (a) associações entre variáveis causa-efeito, como os indicadores de pressão e temperatura do Pacífico (por exemplo El Niño) e a vazão de bacias influen-ciadas por estas condições (Uvo e Graham, 1998; Hamlet e Lettenmaier, 1999; Costa et al., 1997 Car-doso et al., 2001); ou (b) utilização do comporta-mento sazonal de alguns rios, que possuem grande memória ou são dominados pela fusão da neve (Fa-ber e Stedinger, 2001; Druce, 2001). A previsão de curto prazo tem apresentado avanços importantes quando são utilizadas previsões meteorológicas de precipitação como entrada dos modelos hidrológicos, aumentando a informação e a antecipação da previsão (Yu et al., 1999; Yates et al., 2000; Damrath et al., 2000; Ibbitt et al., 2001). A previsão de longo prazo vem sendo de-senvolvida através do uso dos modelos climáticos e hidrológicos (Galvão, 1999; Wood et al., 2002), mas ainda existem diversos obstáculos a sua utilização mais ampla. Em alguns casos as previsões de chuva de longo prazo apresentam erros sistemáticos, e estes erros podem ser maiores do que previsões mais simples, baseadas nas médias da série histórica. Ou-tro obstáculo à utilização das previsões é que os modelos climáticos e hidrológicos utilizados geral-mente apresentam discretização incompatíveis entre si. De maneira geral, os modelos hidrológicos des-crevem os processos em escala menor do que os
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TUCCI, C., & Collischonn, W. (2005). Previsão Sazonal de Vazão na Bacia do Rio Uruguai 1: Ajuste e Verificação do Modelo Hidrológico Distribuído. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, 10(4), 43–59. https://doi.org/10.21168/rbrh.v10n4.p43-59
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